Por Fernando Adeodato
Junior
Torcedor fervoroso da Ponte Preta
Costumava frequentar o Majestoso
Jamais se envolveu em treta
Vibrava quando saía vitorioso
Pessoa de autoestima elevada
Adorava pegar a estrada
Conhecia o caminho traçado
Parava sempre no Frango Assado
Jamais se fazia de rogado
Quando dirigir era preciso
A cada quilômetro rodado
Abria sempre um largo sorriso
Sempre de olho na pista
Tinha sempre uma nova piada
Com a próxima cidade à vista
Levava todos à gargalhada
Quando chegou de Rio Claro
Trabalhou duro em Campinas
Passou muitas noites em claro
Da cidade conheceu cada esquina
Pela Melissa e pelo Fernando
Nutria um amor incondicional
Estava sempre disseminando
Laço forte, firme e fraternal
Com o nascimento do Rafael
Sobrinho-neto do coração
Assumiu então novo papel
Passou a sentir-se um avozão
Rafinha é o seu afilhado
Tendo Meuris como madrinha
É mesmo o casal talhado
Pra lhe dar colo e carinho
Com a chegada do Lucas
O amor ficou mais abrangente
Inventava brincadeiras malucas
Para agradar ao menino inteligente
Já como homem maduro
Encontrou o amor de sua vida
Por Meuris se apaixonou
E a solidão foi dissolvida
Nas viagens a Fortaleza
Desfrutava das delícias da terra
Deslumbrado com tanta beleza
Curtia praia, sertão e serra
Em sua casa campineira
Colecionava filmes e objetos
Até a última prateleira
Conhecia todos os trajetos
Com seus irmãos Ailton e Vera
Firmou um pacto de união
Despediu-se no fim da primavera
Deixando saudade e solidão
Nos últimos meses viveu um calvário
Com dor física e psicológica
Como homem extraordinário
Da Medicina contrariou a lógica
Seu velório causou comoção
Pela perda tão lamentada
Uma corrente de oração
Foi por muitos alimentada
Contemplando a Deus face a face
Esse guerreiro descansa em paz
É muito triste o desenlace
Mas o elo não se desfaz
Fortaleza, 15 de dezembro de 2022
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