Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Perguntar não é pecado: como surgiu esse
novo categoria de deslocado, o refugiado interno?
O que atinam? Será que tenho razão quanto à existência dessa nova
categoria de refugiado?
Refugiados são
criaturas que fogem de um país para outro por motivos de guerra ou de
perseguição política, entre outros. Diferente dos imigrantes, as pessoas que
saem de seus países por vontade própria, visando melhor condição de vida. Com a
guerra na Ucrânia voltou-se aos tempos dos deslocados (refugiados) de guerra ou
como dizem em inglês “displaced person” (ter sido forçado a deixar sua
casa, por uma invasão). Lembro que, “displaced” é sinônimo de
inconveniente, impróprio, inadequado, inoportuno para a região que o acolhe.
Desconheço situação
mais vexatória para um ser humano que se tornar refugiado, desprovido de
segurança psico-bio-econômico-social. O refugiado perde os direitos a qualquer
proteção, seja ela social, jurídica, econômica, alimentar, de moradia ou de
existência. Em suma, a questão do refugiado no mundo contrai contornos
dramáticos, pois, além dos problemas severos que afligem suas diferenças áreas
de origem, ainda se associam outras dificuldades.
Entre essas
dificuldades destacam-se as diferenças culturais, enigmas com idiomas, busca
por emprego e, especialmente, a xenofobia (aversão a estrangeiros) que sofrem.
Ademais, existem
várias categorias de refugiados, definidas pelas causas: por perseguição
política, conflito armado, fome, discriminação racial, social, religiosa e até
os alijados por razões ecológicas.
Com a invasão da
Ucrânia pela Rússia, são agora mais de 4 milhões de pessoas que se refugiaram
em países vizinhos. Em sua maior parte crianças, velhos e mulheres.
O mais triste/curioso
é que muitos refugiados desta guerra foram se abrigar em sua própria nação,
invadida. O enigma é que mais de 7,1 milhões de pessoas estão deslocadas
internamente, conforme o relatório da Organização Internacional para as
Migrações (OIM).
Será essa “fuga
interna” causada por preconceito quanto a pequenas diferenças (‘ver’ Sigmund
Freud)? O que fazer? Como classificá-los?
Perguntar não é
pecado: como surgiu esse novo categoria de deslocado, o refugiado interno?
O que atinam? Será
que tenho razão quanto à existência dessa nova categoria de refugiado?
Repito: Perguntar não
é pecado!
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta.
Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia
Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES)
e da Academia Recifense de
Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).
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