Por Lauro Chaves Neto (*)
Diante de um
cenário mundial favorável à transição energética, o Ceará tem uma vocação
natural para liderar o setor do Hidrogênio Verde, combustível limpo feito a
partir de água e energia renovável, produzindo para o mercado interno e o
externo com custos competitivos a nível mundial. Contribuindo, também, para a
transformação da economia cearense em uma economia verde e sustentável,
referência mundial em energia limpa.
As mudanças
climáticas e os seus impactos são determinantes para a velocidade da transição
energética no mundo, porém, outras questões também são determinantes, como a
curva de oscilação dos preços dos combustíveis fósseis, o marco legal e todo o
arcabouço jurídico-institucional, a evolução do sentimento da sociedade sobre a
importância de ser mais sustentável, ecológica e "verde", além do
próprio ritmo da inovação tecnológica.
As condições
climáticas diferenciadas adequadas para a geração de energia eólica e solar são
fundamentais para a competitividade de um hub de hidrogênio verde. Além disso,
o Ceará possui uma infraestrutura portuária moderna, envolvida desde o início
no projeto do Hub de hidrogênio verde e com uma decisiva participação do Porto
de Roterdã, com tradição em questões portuárias e de logística na Europa e no
mundo.
As atividades
componentes da estrutura na cadeia do hidrogênio verde são estruturadas em
recursos primários (Energia Renovável e Água), upstream (Produção),
midstream (Armazenagem e Distribuição) e downstream (offtakers:
Público, Industrial e Transporte). O sucesso do ecossistema geral da cadeia de
valor do hidrogênio verde depende da participação de cada um dos seus
componentes.
A implantação do
Hub de Hidrogênio Verde tem a capacidade de atrair investimentos em toda a
cadeia diretamente e em vários setores da economia indiretamente, tendo o
potencial de gerar parcerias envolvendo academia, poder público e iniciativa
privada, envolvendo empresas locais, universidades, players globais em
diferentes setores econômicos, governos e centros de pesquisa locais, nacionais
e internacionais, em um modelo participativo de governança.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 16/09/24. Opinião. p.22.
Nenhum comentário:
Postar um comentário