segunda-feira, 14 de outubro de 2024

TERRA EM CHAMAS: mudanças climáticas e educação

Por Sofia Lerche Vieira (*)

Há semanas focos de incêndios se alastram pelo Brasil. Em cenário apocalíptico, depois das chuvas torrenciais e das enchentes, vem o fogo. As matérias da semana falam por si: "Pantanal pode deixar de existir até fim do século, diz Marina Silva"; "Crise climática afeta área de logística do Brasil, e empresas relatam perdas com prejuízo milionário"; "Governo do Acre suspende aulas em razão da intensidade da fumaça de queimadas"... O clamor por medidas que salvem o planeta requer políticas ambientais de âmbito global, nacional e local e um esforço coletivo que envolva os governos e a sociedade civil.

As mudanças climáticas que vem devastando o planeta afetam a economia e causam danos irreparáveis à vida nos mais diversos contextos. Representam, ainda, uma das principais causas dos fluxos migratórios que levam milhares de pessoas a deixar seu habitat natural em busca de sobrevivência em condições menos adversas.

Os problemas associados a tal situação afetam de modo drástico crianças e jovens em idade escolar, subtraindo-lhes o direito à educação. Além do estresse contínuo, a suspensão de aulas e fechamento de escolas, gera absenteísmo docente e discente, sendo motivo de fracasso escolar. O calor acima da média, por sua vez, também causa danos à aprendizagem.

Não por acaso, diante de situação tão adversa, organismos internacionais (Banco Mundial, BID, OCDE, UNESCO e Unicef) vêm produzindo estudos sobre o nefasto efeito das mudanças climáticas na educação, buscando identificar alternativas para mitigar tais problemas. As crises do clima são motivadas por variáveis externas às escolas, estas, porém, são ambientes propícios à compreensão e à ação sobre o tema. Além de "aprender a conhecer" as mudanças climáticas, é preciso buscar soluções inovadoras e politicamente responsáveis para a criação de uma consciência ecológica visando a preservação da fauna e da flora e a sustentabilidade da vida no planeta. Verdejar as escolas começa com pequenos passos. Aqui, um jardim; ali, uma horta; acolá um bosque e/ ou um pomar. Essas e outras iniciativas demandam foco das políticas públicas.

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/09/24. Opinião. p.18.


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