quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Lentes do Futuro do Estado do Ceará em 2050 - Parte III

Por Célio Fernando Bezerra Melo (*)

O Epílogo dessa trilogia das Lentes do Futuro do Ceará tem uma síntese nos abundantes recursos naturais Alencarinos: o Sol, o Vento, as Pedras e o Mar.

Vantagens comparativas antes restritivas de um bioma considerado de muitas adversidades, retratado em uma vasta literatura, de resiliência e de lutas.

O futuro agora aponta para a transformação acelerada desses elementos pela Inovação e Tecnologia em vantagens competitivas globais: Energias Fotovoltaicas, Energias Eólicas, Baterias de Lítio e Energias Offshore, como alguns exemplos.

Interessante é percorrer um passado de quase 2.500 anos, na Grécia antiga, e encontrar concepções que muito se assemelham aos dias de hoje, simbolizados nos quatro elementos: o Fogo, o Ar, a Terra e a Água.

Associar o Fogo ao Sol, fonte de calor e Luz; o Ar ao Vento, que é o movimento do Ar; a Terra às Pedras, na representação do solo, e a Água ao Mar, base hídrica essencial à vida, parece razoavelmente natural. Alquimia do passado encontra o futuro na Ciência.

As interconexões entre os 04 elementos de ontem e de hoje, residem na consciência e conhecimento do homem. O Éter, o quinto elemento, capaz de preencher o vazio entre os demais elementos, é o Desenvolvimento Humano, a humanidade, na educação e na Pesquisa, e em seus valores de preservação e sobrevivência.

As Mudanças Climáticas fortalecem a crença da importância de se pensar no futuro, diante de uma natureza tão incerta. São muitas as possibilidades e Oportunidades.

O Ceará pode ser um novo berço de ciências aeroespaciais, começando com a base do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, os VANTS-Veículos Aéreos Não Tripulados, adquiridos recentemente, e drones avançados para agricultura.

Com o Fosfato, Santa Quitéria, e o Potássio, de Algas vermelhas da costa cearense, combinados com a Amônia Verde ou de baixo carbono, o celeiro do mundo poderá ter um suporte significativo vindo do Ceará, nos Fertilizantes.

A Energia Offshore poderá desenvolver o Pecém e trazer novas perspectivas, quem sabe um novo cinturão digital "Azul", com a função de ordenar a transmissão de energia e comunicação de dados, como também monitorar a preservação e conservação do bioma marinho. Nesse avanço, e da IA, porque não pensar em Data Centers submersos em uma nova escalada da Amazônia Azul Digital na Costa Cearense.

O resumo da ópera é que esse sonhar por um futuro melhor somente terá sentido se a pobreza e a fome no Estado puderem ser definitivamente erradicadas e tenhamos um Estado mais Justo e Inclusivo.

A "tela em branco" do futuro do estado do Ceará para um horizonte até 2050 representa um espaço de infinitas possibilidades, onde nossa humanidade tem o poder e a responsabilidade de preencher com criatividade, ações, escolhas e valores. Essa metáfora nos convida a refletir sobre o impacto de nossas ações coletivas e individuais, enfatizando que podemos moldar um futuro que reflita nossos ideais e aspirações. Não se trata de uma Utopia, mas de acreditar em todos os Cearenses e na sua resiliência. 

(*) Economista. Membro da Academia Cearense de Economia.

Fonte: O Povo, de 11/09/24. Opinião. p.23.

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