Por Vinícius Pereira (*)
O ingresso no ensino superior marca uma das
fases mais transformadoras da vida. Para além da formação técnica e científica,
a universidade é também um espaço de amadurecimento, responsabilidade e
construção da autonomia. É nesse ambiente que o estudante, agora discente, se
depara com o desafio de ser protagonista de sua própria formação.
Mais do que assistir às aulas ou cumprir
tarefas acadêmicas, seu papel é ativo e estratégico. Cabe a ele gerenciar seu
tempo, aprofundar o conhecimento, buscar fontes confiáveis, dialogar com
professores e colegas, abrir-se à crítica e, principalmente, entender que sua
formação vai além da sala de aula.
Compromisso e autonomia caminham juntos
nesse percurso. Compromisso com a excelência, com a ética e com o futuro.
Autonomia para escolher caminhos, tomar decisões e compreender que a responsabilidade
pelo aprendizado é, em grande parte, pessoal.
A vida acadêmica exige planejamento,
disciplina e envolvimento constante. Não basta apenas passar pelas disciplinas
e cumprir as exigências curriculares; é preciso absorver os conteúdos, aplicar
os aprendizados, questionar o que é ensinado, contribuir com ideias e refletir
sobre o impacto desse conhecimento na prática profissional e na sociedade.
A universidade oferece múltiplas
oportunidades de crescimento, mas cabe ao aluno aproveitá-las com
intencionalidade e compromisso. Participar de grupos de pesquisa, projetos de
extensão, monitorias, eventos científicos, atividades culturais e ações sociais
enriquece a jornada, amplia a visão de mundo e proporciona vivências que
extrapolam o conteúdo teórico, contribuindo diretamente para uma formação mais
completa.
É também nesse contexto que o estudante
desenvolve habilidades essenciais para o mundo contemporâneo, como liderança,
empatia, pensamento crítico, criatividade, resiliência e capacidade de resolver
problemas complexos. Essas competências são cada vez mais valorizadas no
mercado de trabalho e fazem diferença na atuação profissional. O ambiente
acadêmico favorece essa formação multidimensional ao oferecer experiências
diversas, desde que o aluno esteja disposto a se engajar ativamente, com
propósito e disposição para sair da zona de conforto.
Temos a missão de formar profissionais
capazes de atuar com competência e humanidade em suas áreas, mas também
cidadãos conscientes, críticos e engajados. Acreditamos que, ao assumir seu
papel com seriedade e propósito, o discente torna-se não apenas um bom aluno,
mas um agente de transformação social. Afinal, a educação não é apenas um meio
para alcançar um diploma, é uma ferramenta poderosa de mudança para o
indivíduo, para sua comunidade e para toda a sociedade.
(*) Reitor do Centro
Universitário Estácio Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/08/25. Opinião, p.15.
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