quinta-feira, 2 de outubro de 2025

“VADE RETRO”, INFLAÇÃO!

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

“Vade retro Satana” (Afasta-te, Satanás”) é uma frase usada em ritual para exorcizar os maus espíritos do corpo de uma pessoa. Por vezes emprega-se, no dia a dia, o termo “vade retro” para eliminar fenômenos indesejados.

Na realidade trata-se, por exemplo, pode-se dizer “vade retro, inflação”. Na realidade trata-se de algo muito prejudicial a uma sociedade, particularmente às classes menos favorecidas.

A inflação é um processo circular, portanto, difícil de se estabelecer relação de causalidade. Um aumento de tarifa pública pode, ao mesmo tempo, ser considerada causa e efeito do processo.

Não é fácil para os formuladores de política econômica de um País buscarem o caminho para a eliminação do “dragão”, mas, por outro lado, não é complicado estimular as elevações persistentes do nível geral de preços, influenciadas, muitas vezes, por decisões inconsistentes de ordem político-administrativa.

A inflação de demanda, excesso de procura sobre a oferta, é gerada quando os mercados, por razões naturais e/ou artificiais, evidenciam distorções. Já a inflação de custo reflete uma alta de preços motivada por decisões de Governo e não por um jogo de oferta e procura do mercado.

Por sua vez, a inflação setorial é uma combinação de dois fenômenos: rigidez dos preços no sentido descendente e mudanças de preços relativos. Não há dúvida, a inflação resistente desarticula os sistemas administrativo, produtivo e político de uma sociedade. É uma questão complexa.

As autoridades de um País devem enfrenta-la com firmeza e espírito público, não cedendo a pressões cartoriais e corporativas indevidas. “Vade retro, inflação!”

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Enviado por WA, 28/09/2025.


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