Os recentes
atos terroristas perpetrados na França por fundamentalistas islâmicos levam a
reflexões importantes, pois envolvem situações globais que atingem indivíduos
isoladamente ou mesmo populações inteiras.
Para
começar lembremos que a liberdade é essencial à vida, uma espécie de oxigênio
que permite viver com dignidade. É fruto da sociedade ocidental capitalista, do
Estado Liberal que evoluiu para o Estado Democrático de Direito. É um bem
precioso que foi conquistado aos poucos, lembrando que sistemas totalitários
como o comunismo e o nazismo extinguiram a liberdade e massacraram os que
tentaram exercê-la, assim como os regimes ditatoriais.
Mas existe
limite à liberdade de expressão? Pode a mídia ser antissemita, racista,
achincalhar, insultar, tripudiar sobre valores incluindo os religiosos? E não
me venham dizer que não posso perguntar isso ou que estou do lado do terror.
Tenho direito de me expressar livremente enquanto o ministro petista Berzoine
não baixar a censura total.
Que fique
bem claro de minha parte, que as charges sem graça e de péssimo gosto jamais
justificariam a chacina dos chargistas levada a cabo pelos irmãos terroristas
Chérif e Said Kouachi, na redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris.
Defender o terrorismo e legitimar o mal é característica da esquerda primitiva
e acéfala que culpa os franceses, os Estados Unidos, os judeus, a islamofobia,
a direita pelos brutais assassinatos em nome da fé. Tudo indica que os grupos
fundamentalistas sendo totalitários, expansionistas, tribais, medievais atraem
irresistivelmente a esquerda que encontra naquelas organizações fanáticas ecos
do seu próprio modo de ser, identificando-se com as mesmas.
Seguiram-se
às mortes dos jornalistas o assassinato de quatro judeus em um supermercado
Kosher, pelo terrorista, Amedy Coulibaly e sua amante, Hayat Boumeddiene. As
quatro vítimas chamavam-se: Yoav Hattab, 21, Yohan Cohen, 20 (que salvou uma criança
de três anos quando lutou com o terrorista), Philippe Braham, 45 e François
Saada, 64.
Lembra
Gilles Lapouge sobre os judeus na França (O Estado de S. Paulo, 14/01/2015),
que “fundidos na sociedade francesa e sentindo-se franceses até a raiz dos
cabelos, seus talentos (Bergson, Lévi-Strauss, Mendés France, Léon Blum,
Montaigne e outras milhares de centenas de pessoas) levaram à incandescência o
gênio da França, à beleza de sua civilização – excluindo, claro, o vergonhoso
espetáculo da ocupação nazista (1940 – 44) quando o general Pétain empreendeu
uma campanha de perseguição aos judeus”.
Contudo,
passado um dia ou dois dos ataques terroristas tudo voltou ao normal e as
afrontas, as agressões e ameaças aos judeus se multiplicaram. Uma contradição,
sem dúvida, pois se milhões de franceses foram às ruas para defender a
liberdade de expressão, por que alguns negam a outros a liberdade de existir?
Um dos
irmãos Kouachi também matou o policial Ahmed Merabet, um mulçumano que ferido e
deitado no chão pediu clemência, mas levou um tiro na cabeça. Coulibaly, um dia
antes de entrar no Koscher atirou em dois policiais, sendo que a agente
Clarissa Jean-Philippe, de 25 anos, morreu.
Os
franceses acorreram às ruas para defender um valor que lhes é caro, a liberdade
ou para defender sua sobrevivência. Afinal, o ato terrorista se seu dentro do
seu território e atingiu o chamado Quarto Poder. Porém, há uma legitimação do
mal que não é só apanágio da esquerda diante das facções jihadistas ou guerra
santa.
Afirmo isso
porque houve mais espanto do que manifestações mundiais quando emissários de
Bin Laden derrubaram as Torres Gêmeas em 11 de novembro de 2001. Atualmente
ninguém se comoveu com o sequestro e assassinato de três jovens Israelenses, ao
que tudo indica pelos terroristas do Hamas cujo objetivo é dar fim a israel.
Mulçumanos matam mulçumanos e fica por isso mesmo entre eles.
O Boko
Haram sequestra jovens que são estupradas, mantidas como escravas, vendidas,
além de dizimar populações inteiras a ferro e fogo, algo que parece apenas uma
notícia longínqua que não interessa a ninguém.
Outras
facções do Islamismo radical seguem atuantes como o Taleban e agora entra em
cena o Estado Islâmico com seus degoladores, crucificadores de cristãos,
experts em todo tipo de atrocidades. Isso se dá sob a indiferença, legitimação
ou aceitação das maiorias que aguardam sua vez de se submeter. Afinal, Islã
quer dizer submissão.
Está na
hora do mundo se movimentar para valer em vez de ficar esperando a ação dos
Estados Unidos para depois criticá-la. E nem menciono o Brasil porque aqui a
governanta quer diálogo com o terror, como se isso fosse possível, enquanto já
se diz que fundamentalistas recrutam jovens em nossas favelas. Só falta Maria
do Rosário declarar que terroristas desumanos têm direitos humanos.
Maria Lucia Vitor Barbosa é socióloga.
Fonte: Datado
de 16/01/2015 e postado em diversos blogs. Desconheço a fonte primária.
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