segunda-feira, 2 de março de 2015

JUDEUS E PRÊMIO NOBEL



Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Uma rápida análise da lista dos agraciados com o Prêmio Nobel desde sua criação, em 1901, revela uma destacada participação judaica. O fato é que de quando em vez o argumento vem à tona em discussões, contra ou a favor do preconceito antijudaico, como se a palavra dependesse da adjetivação - preconceito.
A atitude humorística é uma maneira pela qual o indivíduo pertencente a uma minoria estigmatizada se recusa a sofrer as agressões exteriores de uma sociedade que a repudia. É verdade que o prazer humorístico jamais alcança a intensidade do prazer do cômico ou dos chistes, que nunca encontra vazão no riso cordial. A pilhéria feita por humor não é o essencial. Ela tem apenas o valor de algo preliminar. O principal é a intenção que o humor transmite.
Ademais, nem todas as pessoas são capazes da atitude humorística. Trata-se de um dom raro e precioso, e muitas sequer dispõem da capacidade de usufruir o prazer humorístico que lhes é apresentado.
Não é sem razão que o humor judaico é profundamente triste. Assim como a música cigana ou jazz dos negros. Qual seria a causa dos perseguidos comporem belas músicas, melhores poesias e maiores manifestações artísticas?
Exemplo de humor judaico:
Chaim Nachan Bialik (1873-1934) foi um poeta judeu, considerado um dos mais influentes poetas da língua hebraica e elevado a poeta nacional de Israel, considerado um divisor de águas da literatura hebraica moderna.
Pouco antes de falecer, justo ao alvorecer do nazismo, a mídia divulgou que ele seria o provável vencedor do Premio Nobel, mas o prêmio terminou sendo outorgado a outro poeta. Indagado como se sentia, por ter perdido o cobiçado troféu, ele respondeu:
 Eu estou muito satisfeito em não ser o ganhador. Caso tivesse sido o escolhido, meus patrícios iriam dizer: que besteira é esse tal de prêmio Nobel, até o Bialik ganhou um... Agora, todos vocês escrevem, falam, fazem entrevistas comigo para saber como eu me sinto. Se eu fosse o vencedor, não haveria tanto interesse em minhas emoções. O perigo da sobrevivência da Humanidade, não está nas armas ou nas honrarias, mas no coração dos Homens: nas agressões, no fanatismo, na prepotência, nos excessos de zelos, na incapacidade de imaginar, de sonhar, de ouvir e de perder a capacidade de rir de nós mesmos. Esses são os grandes dilemas da Humanidade. E a entrevista está encerrada, senhores jornalistas”.
Termino afirmando:
Os judeus esperam até hoje pelo Messias, mas, no fundo, torcem para que ele não venha: temem que ele também os persiga. torcem para que ele não venha: temem que ele também os persiga.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

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