Por Antonio
Pastori
Apparício
Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé (1895-1971), é conhecido como um dos maiores
frasistas brasileiros.
Seu cartão de
visitas como gozador de primeira hora começava pela titulação, “Barão de
Itararé”, pois ele nunca foi nobre e Itararé foi a batalha que não aconteceu na
Revolução de 30 (ou foi na de 32?).
Não importa.
Criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e
pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e
intelectuais. Dizem que é o pai da mídia alternativa, independente, etc.
O primeiro nobre
do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando
pobre come frango, um dos dois está doente”. Ele é um dos inventores do
contra-politicamente correto.
Há muito que o Barão
de Itararé merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro
Konder lançou “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72
páginas).
Quatro anos
depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão de Itararé —
Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas). No final, há uma
coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia:
Abaixo, algumas
frases geniais do Barão.
Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.
Dize-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.
A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.
Quem não muda de caminho é trem.
A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça
por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando
desesperados os infelizes que confiam nele.
Antonio Pastori, guardião da Domingueira Poética.
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