quinta-feira, 5 de março de 2015

DEUS GUARDE O PAPA FRANCISCO!



Por Padre Geovane Saraiva *
Com a chegada do Salvador da história da humanidade, o cansaço e o desânimo deveriam desaparecer. O Filho de Deus apareceu como luz misteriosa a envolver os povos da terra numa só fé. Agora, é necessário que se perceba que ele fala nos acontecimentos e na vida das pessoas; mais importante é o convencimento de sua proposta e que através dela temos projeto de amor, de mudança de rumo, como dom e tarefa ofertados às pessoas de boa vontade. É o mistério do Filho de Deus encarnado a dominar a nossa história, ocupando o primeiro lugar no plano salvífico e redentor, sempre muito claro na manifestação da vontade do nosso bom Deus, a nos assegurar que sua aliança alcançou a plenitude.
Na sua mensagem do último Natal, o Papa Francisco disse assim: “São as pessoas humildes, cheias de esperança na bondade de Deus, que acolhem Jesus e O reconhecem. Assim o Espírito Santo iluminou os pastores de Belém, que correram à gruta e adoraram o Menino”. Em uma linguagem profundamente carregada de ternura e solidariedade também disse: “Jesus Menino penso em todas as crianças assassinadas e maltratadas hoje, seja naquelas que o são antes de ver a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo duma cultura que não ama a vida; seja nas crianças desalojadas devido às guerras e perseguições, abusadas e exploradas sob os nossos olhos e o nosso silêncio cúmplice; seja ainda nas crianças massacradas nos bombardeamentos, inclusive onde o Filho de Deus nasceu. Ainda hoje o seu silêncio impotente grita sob a espada de tantos Herodes. Sobre o seu sangue, estende-se hoje a sombra dos Herodes do nosso tempo”.
Já na sua palavra para o último dia do ano de 2014, o Sumo Pontífice na sua incomensurável ternura conclamou os cristãos a terem coragem de proclamar na cidade “que é necessário defender os pobres e não defender-se dos pobres, que é necessário servir os mais fracos, e não servir-se dos mais fracos”. Falou também durante o Te Deum que temos que “agradecer ao Senhor por tudo o que recebemos e pudemos realizar e, ao mesmo tempo, repensar as nossas faltas e pedir perdão”, tudo a partir do Filho de Deus, no seu plano inaudito de salvação e libertação do gênero humano, fazendo-nos compreender que temos que render graças a Deus por sua manifestação, a qual trouxe a salvação a todos os povos da terra.
Falou em um linguajar voltado em primeiro lugar para ele próprio, na condição de Bispo de Roma: “Sendo também Bispo de Roma, gostaria de deter-me sobre o nosso viver em Roma, que representa um grande dom, porque significa habitar na cidade eterna, significa para um cristão sobretudo fazer parte da Igreja fundada no testemunho e no martírio dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo. E portanto, também por isto agradecemos ao Senhor. Mas, ao mesmo tempo, representa uma grande responsabilidade. E Jesus disse: “A quem muito foi dado, muito será pedido” (cf. Lc 12, 48). Assim perguntemo-nos: nesta cidade, nesta Comunidade eclesial, somos livres ou somos escravos, somos sal e luz? Somos fermento? Ou somos apagados, insípidos, hostis, desconfiados, irrelevantes, cansados?”
Veja estimado leitor, quão profunda, foi sua reflexão: “Quando pediram a São Lourenço para levar e mostrar os tesouros da Igreja, levou simplesmente alguns pobres. Quando numa cidade os pobres e os fracos são cuidados, socorridos e promovidos na sociedade, eles se revelam o tesouro da Igreja e um tesouro na sociedade. Ao contrário, quando uma sociedade ignora os pobres, os persegue, os criminaliza, os obriga a “mafiarem-se”, esta sociedade se empobrece até a miséria, perde a liberdade e prefere “o alho e as cebolas” da escravidão, da escravidão do seu egoísmo, da escravidão da sua cobardia e esta sociedade cessa de ser cristã” (31.12.2014).
Nosso querido Papa Francisco nos convence sempre mais do poder e da ação salvífica de Deus, que no seu poder e força se encontram no serviço e na doação, no amor e na entrega desinteressada, que gera belos sinais de vida; restando-nos, com todo o universo, contemplar e imitar seus gestos grandiosos. Deus guarde o Papa Francisco!
* Geovane Saraiva é padre da Arquidiocese de Fortaleza e pároco de Santo Afonso - Parquelândia.
Fonte: O Povo, de 18/1/2015. Espiritualidade. p.14.

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