Umberto Eco lançou seu último livro, "Numero
Zero", em 2015
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Francois Guillot/AFP
Do UOL, em São Paulo
O escritor italiano
Umberto Eco, autor de "O Nome da Rosa", morreu nesta sexta-feira (19)
aos 84 anos, segundo informações da imprensa italiana. De acordo com o jornal
"La Repubblica", a morte foi registrada às 22h30 (hora italiana), em
sua casa, mas a causa ainda não foi divulgada.
Pensador,
filósofo, ensaísta, romancista e crítico literário, Umberto Eco era figura de
renome no meio acadêmico e referência em semiótica, mas ganhou sucesso
internacional com "O Nome da Rosa", obra adaptada para o cinema em
1986 pelo diretor Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery no papel principal. No
enredo, ambientado em 1327, um monge franciscano tem a missão de descobrir as
misteriosas mortes de sete monges em sete dias.
Seu último
livro, "Numero Zero", foi lançado no ano passado e critica o mau
jornalismo, a mentira e a manipulação da história. Uma paródia sobre tempos
convulsos, porque "essa é a função crítica do intelectual".
"Essa é minha maneira de contribuir para esclarecer algumas coisas. O
intelectual não pode fazer nada, não pode fazer a revolução. As revoluções
feitas por intelectuais são sempre muito perigosas", explicou o autor na
época à agência de notícias EFE.
Um dos
semiólogos e intelectuais europeus mais importantes deste século, ele também
escreveu obras como "O Pêndulo de Foucault" (1988) e "O
Cemitério de Praga" (2010), além de ensaios "O Problema
Estético" (1956), "O Sinal" (1973), "Tratado Geral de
Semiótica" (1975) e "Apocalípticos e Integrados" (1964), referência
nos cursos de comunicação em todo o mundo.
Em uma de suas
últimas colunas publicada pelo UOL, em janeiro deste ano, Eco fala de sua
visão sobre a humanidade. "Na medida em que envelheci, comecei
a odiar a humanidade. Portanto, se eu tivesse um poder absoluto, deixaria que
ela continuasse em seu caminho de autodestruição. Ela seria destruída e eu
ficaria mais feliz. Pessoas como eu são intelectuais: nós fazemos o nosso trabalho,
escrevemos artigos, temos maneiras de protestar, mas não podemos mudar o mundo.
Tudo o que podemos fazer é apoiar a política de empatia", escreveu ele.
Umberto Eco
nasceu em Alexandria, na Itália, no dia 5 de janeiro de 1932. Em 1988, ele
fundou o Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino. Desde 2008
era professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos
da Universidade de Bolonha.
Fonte: UOL Notícias de 19/02/2016. Imagem Print it.
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