Fonte: Circulando por
e-mail (internet).
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
AS DORES "ROMBAS" DE SETEMBRO
Márcia Alcântara
Holanda (*)
A lembrança de que ele já
foi um dos maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos
Cabe logo conhecer-se o significado de dor
(Wikipédia): para o lado médico, a dor é uma sensação penosa, desagradável,
produzida pelos estímulos internos ou externos de terminações nervosas
sensíveis a esses fatores. Podem ser de vários tipos: intensas, agudas,
crônicas; em vários componentes do nosso corpo, como a dor de cabeça. Por outro
lado, existe a dor da alma, causada por sentimentos de perdas, danos,
desgraças, mágoas, decepções, desaparecimento de sonhos idealizados e muito
mais.
A dor que chamei de “romba” é aquela dor disforme
que causa extremo mal-estar como se um rombo, de fato, tivesse sido feito na
nossa alma: nossa essência se desfigura, os sonhos se esvaem e fica esse
“enorme buraco” detonador de rumos que propusemos, um dia, para as nossas
vidas. Foram três as principais dores “rombas” que se abateram sobre os
brasileiros nesse setembro de 2016, abalando a estrutura emocional da imensa
maioria deles.
A essência de cada um de nós foi trespassada
primeiramente pelo show midiático promovido pelo grupo de procuradores da “Lava
Jato”, operação que se desenrola para a moralização do Poder Público, apoiada
pela maioria da população brasileira e que, segundo os resultados das
investigações, esse poder está contaminado pela propinocracia e, portanto, está
mergulhado até o pescoço em corrupção. A dor romba foi disparada na hora em que
foi dito em rede nacional e internacional, que o ex-presidente Lula era o
“comandante máximo” do petrolão, “artífice da propinocracia”, “maestro da
orquestra criminosa”.
Revendo: Lula representou para os brasileiros a
esperança de uma vida melhor, num Brasil que até então tinha sua política
dedicada às classes sociais elevadas. Seu primeiro governo foi de resultados. O
povo o admirou, confiou e viveu dias melhores, ganhou dos brasileiros o apoio e
louvor irrestritos, reelegeu-se. No governo de sua sucessora, tudo ia bem até o
desmoronamento de tal estrutura política. A demonstração didática dos
procuradores atingiu Lula e o povo sofreu a intensa dor da desilusão, mas só
nos convenceu de que Lula faltou com a ética e prevaricou, estabelecendo uma
relação promíscua com empreiteiras quando desejou ter um tríplex em Guarujá.
A dor romba se formou e ficou. A segunda foi a
contestação melancólica do ex-presidente que, cheio de emoção, tentou nos
convencer de que é inocente e está a catar picuinhas para se ver livre das
acusações e de ser preso como seus pares. A lembrança de que ele já foi um dos
maiores líderes políticos do nosso País nos causa mais estragos.
Finalmente o “Velho Chico” tragou, num turbilhão de
correnteza, o grande ator global que deixou esposa, filhos, um legado de arte
novelística e seus fãs atingidos por mais uma dor romba nesse setembro de
dores. As reflexões são necessárias agora.
(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter;
membro da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/9/2016. Opinião. p.11.
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
CONVITE: lançamento de “A DOENÇA DA SAÚDE”, de Lineu Jucá
O autor Lineu Ferreira Jucá, membro da Sobrames/CE e ex-presidente do Centro Médico Cearense, convida para o lançamento de A DOENÇA DA SAÚDE, livro cuja renda será inteiramente destinada ao IPREDE.
Local: Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) –
Auditório Waldir Diogo.
Av. Barão de Studart n° 1.980, Aldeota. Fortaleza-CE.
Data: 29 de setembro de 2016 (quinta-feira) Horário: 19h.
Traje: Esporte fino.
Presidente da Sobrames-CE
terça-feira, 27 de setembro de 2016
Nunca antes visto: sucuri engole onça parda e é encontrada quase morta
Um grupo de brasileiros conseguiu
registrar, pela primeira vez, uma sucuri que devorou uma onça parda. O caso ocorreu
em outubro de 2015 em Promissão, a 451 km de São Paulo, mas o artigo que
relatou o caso foi publicado nesta semana. A onça foi encontrada no estômago da
sucuri, que também morreu em decorrência dos ferimentos na luta entre os dois
animais. Esta foi a primeira documentação de que sucuris comem onças.
Segundo o Zoológico Municipal de
Bauru, responsável pela necropsia do réptil, a sucuri, que tinha 4,2 metros,
atacou e engoliu uma onça parda de pouco mais de um metro de comprimento e 42
quilos.
Ambos os animais são considerados
carnívoros que estão no topo da cadeia alimentar. Para um dos pesquisadores que
realizou o trabalho, o fato trará "mudanças significativas" na forma
como se analisa a predação entre as duas espécies carnívoras.
A sucuri foi encontrada
acidentalmente, já que a onça era monitorada por um radar, colocado pela ONG (Organização
Não Governamental) Pró-Carnívoros. Ao perceberem que o sinal estava imóvel,
funcionários da AES Tietê, empresa parceira da ONG no projeto, foram até o
local imaginando que o animal tinha morrido.
Ao chegarem lá, visualizaram que o
sinal vinha de uma área de brejo. Identificaram, então, a cobra agonizando. O
animal foi levado ao Zoológico de Bauru. "Houve
tentativa de salvar o animal, mas, quando ele chegou, já tinha morrido", conta Luiz Pires, responsável pelo zoológico de
Bauru e um dos autores do artigo.
"Quando fizemos a necropsia, identificamos os restos da onça, já
parcialmente digerida, no estômago da sucuri",
conta ele, ressaltando ainda que também foram localizados o colar e o brinco de
identificação do animal.
O caso foi publicado nesta semana
pela Cat News, publicação do Grupo de Especialistas em Felinos do Comitê de
Sobrevivência das Espécies da União Internacional para a Conservação da
Natureza.
"Há relatos de sucuris que já se alimentaram de jacarés, capivaras e até
pequenas jaguatiricas. Mas nunca uma onça parda. Embora o contato entre esses
dois predadores seja muito raro, a pouca documentação existente mostra que a
sucuri já tinha sido a presa, mas nunca a predadora"
Pires acredita agora que, com esse
fato inédito registrado, surgirão novas pesquisas para demonstrar se o
comportamento da sucuri pode ter sido motivado por mudanças no ecossistema ou
se se trata de uma situação excepcional. "Não
é possível responder a essas perguntas, mas novas pesquisas certamente irão se
debruçar sobre esse tema", conta.
De acordo com Sandra Cavalcanti,
pesquisadora e presidente da Pró-Carnívoros, a publicação do artigo demonstra a
importância do trabalho de monitoramento. Ela conta ainda que hoje quatro onças
são monitoradas com colares. Assim é possível monitorar também a qualidade do
meio ambiente no local onde a onça vive. "Temos
dados sobre a movimentação das onças e também das presas que ela come. Assim,
podemos analisar se o ecossistema no qual ela vive está preservado", explica.
Fonte: UOL Notícias, de 14/8/2016. Imagens
Pin it.
segunda-feira, 26 de setembro de 2016
domingo, 25 de setembro de 2016
MARAFONA (II) - Político x Estadista
Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Política é a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou
estados; a aplicação dessa arte aos negócios internos da nação (política
interna) ou aos negócios externos (política externa).
Estadista
pessoa versada nos princípios ou na arte de governar; pessoa ativamente
envolvida em conduzir os negócios de um governo ou moldar a sua política; homem
de Estado; pessoa que exerce liderança política com sabedoria e sem limitações
partidárias.
Não deve-se comparar um político com um estadista. A diferença entre ambos
é gigantesca.
Aristóteles ensinava que o estadista anseia oferecer certo caráter moral nos
seus concidadãos, particularmente uma disposição para a prática de ações
honradas, honestas, analisadas, e visando o futuro da Nação. O estadista pensa nas próximas gerações, exorta o
esforço pessoal de cada um dos cidadãos para construção de um grande país.
Possui a capacidade de ter razão antes de tempo.
Faz aquilo que pensa ser melhor para
o seu país. Concisos no falar, tolerantes, sem paixão ideológica. Emprega
linguagem verdadeira, mesmo que dolorosa. Raramente são compreendidos, pois se
preocupa com o longo prazo e toma decisões impopulares. É audaz e não receia se tornar desconhecido quando necessário pelo bem
comum. Combina a ética com a eficácia das iniciativas. Esquadrinha aperfeiçoar
e fortalecer as instituições.
Coloca os interesses da nação acima de qualquer interesse pessoal. O político é astuto, esperto, hábil pode ser até
delicado, cortês, educado polido nunca simplório, salvo as exceções da regra.
Infelizmente ninguém vive de exceção.
Não se deveria compará-los, pois, são
personalidades diferentes e antagônicas. Dificilmente se encontram na vida.
Quanto mais na mesma pessoa. Será que esta frase do Albert Camus (1913-1990),
prêmio Nobel de Literatura estará correta:
“A política e os destinos da
humanidade são forjados por homens sem ideais nem grandeza. Aqueles que têm
grandeza interior não se encaminham para a política.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
MARAFONA (I) - Pública
Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Neste momento de crises política e
econômica a Mídia profissional deveria ser mais cautelosa ao noticiar denúncias
surgidas de todas as partes. Sabe-se que mais de 80% das notícias que virilizam
nas mídias sociais têm origem nos próprios profissionais da imprensa. A
influência delas é cada vez mais poderosa e vai muito da tríade: jornal, rádio,
televisão.
Entendo como opinião pública o
conjunto das ideias e dos juízos partilhados pelas pessoas em geral sobre as
mais variadas questões, sejam elas de âmbito político, social, moral, cultural,
econômico, esportivo. Já a pesquisa da opinião pública é um manipulador
perigoso e, pior que tudo, atrevido.
Desde que esses tipos de pesquisas
(?) se tornaram cada vez mais fáceis de serem realizadas, elas intoxicam as
mentes, parecem mais esgotos a céu aberto. Assim, supostas conclusões colhidas
por uma pergunta complexa como: “você é a favor da liberação das drogas?” são
obtidas em menos de vinte e quatro horas, bastando oferecer ao entrevistado as
opções sim, não, ou não sei.
A maioria das respostas é
contabilizada e publicada como a opinião de um grupo ou até de um país, não
importando quem a forneceu, como, e, muito menos, por quê. Outro exemplo:
perguntam se “você é a favor do aborto?”, com respostas sim ou não, e afirmam
que o resultado final é científico. Se o aborto ganhar, o povo é a favor do
abortamento. Muitos dos contrários ao abortamento são a favor da pena de morte
e por aí vai a superficialidade das conclusões alardeadas. Parece até que
algumas verdades tidas pelos marqueteiros como “científicas” valem mais do que
anos e anos de estudo.
Em termos de módulos ditos
científicos (como a física, a química, a matemática) ou ainda para sermos
“científicos” no contemporâneo temos de empregar uma linguagem estatística.
Porém nem sempre isto é factível. Existe muita gente por aí que procura
apadrinhar, com a “opinião pública”, as suas opiniões ou equívocos pessoais.
Vincent de Moro-Giafferi (1878- 1956) advogado criminalista francês dizia:
"Opinião pública, essa prostituta que puxa o juiz pela manga". Nenhum
governo poderá administrar um país orientando-se apenas pela prostituível
opinião pública. Nada contra as prostitutas.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
sábado, 24 de setembro de 2016
CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Setembro/2016
A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA
SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração
Eucarística do mês de SETEMBRO/2016, que será realizada HOJE (24/09/2016), às
18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército,
situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
A oportunidade servirá também
como o pré-retiro preparatório ao retiro espiritual da SMSL que ocorre,
anualmente, desde 1937.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Da Sociedade
Médica São Lucas
Marcadores:
Catolicismo,
Missa,
Sociedade Médica São Lucas
sexta-feira, 23 de setembro de 2016
NEM TUDO O QUE RELUZ É OURO
Pedro
Henrique Saraiva Leão (*)
As
populares hemorroidas afligem mais de 50% dos cinquentões. Não cabe maçar o
leitor de jornal com sisudos e elaborados raciocínios científicos. No
desenvolvimento dessas varizes, muito conta a constipação intestinal (prisão de
ventre), e na gênese dos seus sinais sobressai a dieta como fator primordial. O
retardo no trânsito intestinal determina constipação, com maior esforço às
dejeções, e seu consequente crescimento, mais sintomas (sangramento e prolapso)
de varizes retais antes silenciosas.
Tem-se
hoje cientificamente comprovada a eficácia das fibras na prevenção não somente
das varizes hemorroidárias, mas também da apendicite aguda, dos divertículos do
grosso intestino, e das doenças coronarianas! As hemorroidas costumam acometer
mais as mulheres (52%) do que os homens, como também ratificamos em 327
pacientes por nós operados na Faculdade de Medicina da UFC entre 1969 e 1971.
A
rigor, as mulheres são mais constipadas, talvez até por fatores glandulares, e
os homens não engravidam (até hoje, pelo menos!). Embora assaz comuns, as
hemorroidas – como doença –poucas vezes estiveram “na moda”; raramente dão
ibope. Entre seus portadores abundam os que se referem sem pejo – às vezes
mesmo com júbilo – ao seu calista, ao seu psiquiatra, seu dentista, otorrino ou
ao seu cardiologista; poucos, porém, mencionam abertamente seu proctologista, e
geralmente, quando dele sentem o bisturi, lá dizem, com eufemismo, terem sido
operados das “amídalas”!
A
operação não é o único tratamento destas varizes, as quais – dependendo de seu
estádio, ou grau – podem ser cuidadas por meio da eventual correção dos hábitos
higieno-dietéticos, ou de injeções esclerosantes (1869), ligaduras elásticas
(1963), crioterapia (congelamento) (1969), coagulação infravermelha (1977),
cauterização pelos raios “laser” (1981), ou com o método mais recente, a
desarterialização guiada por doppler.
O
tratamento cirúrgico (hemorroidectomia), racionalizado e mundialmente adotado
desde 1934 fica reservado para os casos mais acentuados, às hemorroidas
antigas, dita do IV grau, complicadas com prolapsos, àquelas, enfim, que
chamamos hemorroidas “de estimação”! Assim, acreditamos que a operação não está
indicada em mais de 35% dos hemorroidários. Deve o leitor também saber que as
afecções ano-retais possuem um vocabulário reduzido (sangramento, prurido,
prisão de ventre, diarreia, dor, corrimento, puxo, prolapso), e suas poucas
palavras (manifestações) tanto podem significar doença benigna como moléstia
maligna!
Dados
recentes do Instituto Nacional do Câncer, divulgados pela revista “Arq. Gastroenterol”
v. 53, nº 2 – abr./jun. 2016, revelam que este tumor foi responsável por
aproximadamente 32.000 casos em 2014. Foram 15.000 novos casos em homens, e
17.530 em mulheres. Portanto, olho vivo! Nem tudo o que sangra pelo reto
significa hemorroidas. Pode ser câncer!
(*) Professor Emérito da UFC.
Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo,
Opinião, de 24/8/2016. p.10.
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Cirurgia,
medicina
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
VIAGEM A SÃO PAULO: XXVI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Viajo, na madrugada de hoje, dia 22/9/2016, a São Paulo,
para participar do XXVI Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores, a realizar-se no Hotel Transamérica.
Durante o
congresso, farei duas exposições orais: “Carmina, Meu Amor” e “Inês de Castro: no sossego de Alcobaça”, montadas em power point e acompanhadas de vídeos
sonorizados.
Retorno à
Fortaleza na madrugada do domingo (25/9/2016).
Presidente da Sobrames-CE
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
IRMÃ IMÊLDA
Hélio Leitão (*)
Religiosa.
Educadora. Advogada criminal. Maria Imêlda Lima Pontes devotou sua existência
ao serviço dos mais pobres dentre os pobres.
Nascida aos 29 de
setembro de 1920, entrega-se à vida religiosa, nas fileiras da Congregação das
Filhas do Sagrado Coração Imaculado de Maria. Exerceu intenso trabalho de
assistência a mulheres privadas de liberdade no Instituto Penal Feminino,
iniciando, a partir de então, seus vínculos com a causa penitenciária.
Madura, aos 41 anos
de idade ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará.
Torna-se advogada, voltando sua prática profissional à defesa criminal gratuita
de pessoas carentes. Fundou o Departamento Direito e Paz, com a finalidade
precípua de prover assistência social e jurídica à população de baixa renda.
Uma trajetória de
vida de abnegação e renúncia a ser enaltecida, sobretudo nestes tempos de
individualismo e de cultura hedonista, em que o consumismo se transformou na
grande ideologia, como dizia o geógrafo Milton Campos.
Não é por acaso que
ganha o nome “Irmã Imêlda” uma inovadora experiência prisional que acontece no
estado do Ceará. Uma unidade prisional voltada essencialmente a receber presos
vulneráveis, assim entendidas as pessoas com deficiência, cadeirantes, doentes
crônicos, público LGBT (historicamente, aqui e alhures, alvo de violências na
ambiência carcerária).
É mais um esforço
que se faz na linha da humanização do sistema penitenciário cearense, o que
temos feito sem medo de arrostar as incompreensões e explorações políticas que
povoam, nem sempre em boa-fé, o debate público sobre as questões afetas à
segurança pública. Afinal, não percamos de vista que, como bem disse Irmã
Imêlda no título do livro em que narra suas experiências, “o marginalizado
também é gente”. Em meio à avalanche conservadora que engolfa a vida nacional,
não raro o óbvio precisa ser dito. Em alta voz.
Imêlda faleceu em
2013. Acho que está feliz pela homenagem.
(*) Secretário de Estado da Justiça e Cidadania do Ceará.
*
Publicado In: O Povo, de 19/09/2016. Opinião, p.19.
terça-feira, 20 de setembro de 2016
CRÔNICAS E CRONISTAS. A crônica é a canção da Literatura
Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
A crônica é o melhor recurso
que o jornalismo tem para enfrentar os novos tempos. É a mescla da informação com a emoção, do mundo objetivo,
público, com o mundo privado ou íntimo. Por meio dela, ao mesmo tempo pode-se
descrever a notícia que afeta uma comunidade e entender sua repercussão
individual. E, a partir disso, analisar por que essa notícia transforma a vida
de certas pessoas. A crônica tem muito prestígio cultural. Se você perguntar a
uma autoridade, a um empresário ou a um leitor comum se eles gostam de crônica,
vão dizer que sim, porque ela evoca o humano, o real.
Por outro lado, há uma busca pela audiência, hoje
potencializada pela internet, que faz com que tudo o que tenha sangue seja
valorizado "if it bleeds, it leads"
(se sangra, tem destaque), tendência que nunca foi tão verdadeira como na mídia
atual.
Outro dia, eu estava olhando o índice de um dos meus
livros de crônicas. Notei que 80% delas tinham saído em veículos que não
existem mais. São publicações efêmeras, suicidas ou pouco lucrativas.
Nós, cronistas, temos prestígio, mas a nossa
transcendência não é tão grande quanto imaginamos. Conto nos dedos das mãos os
cronistas que sobrevivem escrevendo crônicas. Quando muito, ficam a mendigar
espaços nos periódicos para escrever de graça.
O prestigio de muito dono de jornal vem do poder de
oferecer espaço para as crônicas.
A crônica por parecer um gênero mais fácil, e realmente o
é, para os que ousam mostrar suas tendências literárias para sobreviver. No
entanto, sabendo ou não, estão vendendo a granel a sua vocação ou sua falta de
vocação de escritor.
Alguns fazem delas narração histórica, por ordem cronológica, pequeno conto, de enredo
indeterminado, ou texto
jornalístico redigido de forma livre e pessoal.
Outras não passam de seção de revista ou de jornal, conjunto de notícias sobre alguém ou algum assunto. O pior é que a crônica aborda assunto mais literário do que jornalístico e não admite o anonimato, ela tem de ser assinada. Para ser crônica tem que ser assim.
Outras não passam de seção de revista ou de jornal, conjunto de notícias sobre alguém ou algum assunto. O pior é que a crônica aborda assunto mais literário do que jornalístico e não admite o anonimato, ela tem de ser assinada. Para ser crônica tem que ser assim.
O cronista é um homem que passa
a vida procurando contar as ocorrências diárias, tentando fazê-lo com graça.
Sofre até os males do envelhecimento, pois quando o cronista está escrevendo um
artigo suspeita que já o tenha escrito. E o pior é que com o passar do tempo vamos
ficando mais enfastiados de nós mesmos. Não caia nessa de pedir para que seu
artigo seja publicado. Vira um vício muito perigoso. Nem craque vicia tanto.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
IRMÃ BREVES: uma homenagem em falta
A Irmã Margarida Breves nasceu no Rio de Janeiro em 1887. Foi
admitida na Companhia das Filhas da Caridade em 1910 e chegou ao Ceará em 1921.
Nos 32 anos em que viveu no Ceará, a Irmã Margarida Breves exerceu o seu
apostolado não apenas evangelizador, pois foi igualmente muito profícuo nas
áreas da educação, da saúde e da assistência social, legando à terra alencarina
um arsenal de feitos, dentre os quais sobressai a instalação da Escola de
Enfermagem São Vivente de Paulo.
Fruto do seu empreendedorismo, regado por uma tenacidade que beirava à
obstinação, ela conseguiu amealhar os recursos financeiros e materiais
necessários à edificação do prédio que abrigou a escola-máter da Enfermagem cearense.
A Irmã Breves tem muito a ver com a fundação de diversos Centros de
Atividades no Ceará, tanto religiosos como educacionais e assistenciais.
Irmã Breves faleceu em Salvador-BA em 1987, com quase cem anos de idade, 77 deles
devotados à vida religiosa, tendo direcionado o seu fervor missionário,
sobretudo, em prol dos pobres e dos mais necessitados de saúde, de educação e de assistência.
A trajetória de vida dessa incansável e resoluta religiosa, que abriu
mão dos bens materiais para abraçar as causas sociais, em favor dos mais desvalidos,
merece ser enaltecida, conferindo-se um reconhecimento à altura das suas
realizações e do seu legado aos cearenses.
O poder público não pode ficar à margem das homenagens a serem prestadas
a essa valorosa benemérita do povo cearense. É hora de conclamar as autoridades
estaduais e municipais para que rendam a honraria cabível e definitiva à Ir.
Breves.
Nesse período em que vários equipamentos de saúde estão sendo
inaugurados pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, muito oportuna seria que a
Secretaria de Saúde de Fortaleza, acolhesse uma proposição da Câmara Municipal
de Fortaleza, nomeando de Irmã Margarida Breves uma das suas novas unidades de
saúde que será posta em serviço brevemente.
Caso a Prefeitura acate a presente proposição, consagra-se assim mais do
que o reconhecimento à benemerência da pioneira da Enfermagem no Ceará, uma vez
que alcança, por extensão, os dedicados profissionais da arte do cuidar,
granjeando a satisfação de suas entidades representativas locais: Academia
Cearense de Enfermagem, Associação Brasileira de Enfermagem–Seção Ceará,
Conselho Regional de Enfermagem do Ceará e Sindicato dos Enfermeiros do Ceará.
Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Professor universitário e médico
*
Publicado In: O Povo, de 19/09/2016. Opinião, p.19.
DIREITO E JUSTIÇA
Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
No momento atual, sem querermos ser pessimistas, fatores como a
globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os
princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo autoritário; o
capitalismo selvagem; a corrupção; os estelionatos eleitorais e
administrativos, motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia,
dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres
para uma crise que abrange aspectos morais, socioeconômicos, de desesperança,
de irresponsabilidade, de injustiça, de violência, etc. Se o avanço científico
e tecnológico, apoiado quase sempre num propósito egoísta, para certos
segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros
não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos
quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e
oprimidas. Precisamos, estrategicamente e sem preconceitos pensar o futuro. Não
obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que
devem ser comuns: a justiça; a perspectiva de mobilidade social, implicando no
conceito de igualdade de oportunidades; a soberania popular, evidenciada por
convicções democráticas e não por forças autoritárias; como também a busca
permanente da paz. Por sua vez, acreditamos que o modelo do Estado Democrático
de Direito está esgotado. Segundo Cícero: “Summum jus - Summa injuria” (O
supremo direito é a suprema injustiça) – por exemplo, dentre vários, o foro
privilegiado. É chegada a hora de se colocar na agenda de debates a
transformação do Estado Democrático de Direito em Estado Democrático de
Justiça.
(*) Economista. Professor
aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste,
Ideias. Julho de 2016.
domingo, 18 de setembro de 2016
sábado, 17 de setembro de 2016
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
Sucesso da Novela Velho Chico: (Oportuno Lembrar) Voto é secreto mesmo?
Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
De quando em vez surpreendo-me com
coisas que já sei. Desta vez foi com a pesquisa de julho de 2010 do Tribunal
Eleitoral sobre o nível da escolaridade do eleitor brasileiro. Se não vejamos:
de um total de 135,8 milhões de votantes, 5,9% são analfabetos, 35% informaram
saber ler e escrever, mas a maioria não concluiu o primeiro grau escolar, o que
significa que não frequentaram escola e provavelmente não sabem interpretar
textos.
Apesar de concordar com a ideia de que
o processo democrático é algo dinâmico e em constante aperfeiçoamento, enquanto
os regimes ditatoriais são estáticos e donos de uma verdade que é a do ditador,
acredito no que ensina o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920): "A
Democracia é a melhor forma de governo, porém possui o seu calcanhar de
Aquiles. É o seu colégio eleitoral". Continuo.
O voto de curral era a expressão
empregada para designar o sistema eleitoral onde a eleição era manipulada pelos
coronéis, figuras que detinham o poder social e político em diversas regiões do
país. Não importando a forma de governo central, Brasil Colonial, Império ou
República, quem mandava e desmandava eram esses pequenos caudilhos. O seu poder
assemelhava-se ao feudo medieval, mas em lugar de fossos e muralhas havia
cercas de arame farpado para guardar seus eleitores de cabresto...
Com o advento da TV e da eletrônica
pensei que muita coisa iria mudar. Mudou sim, mais muito pouco. Nas grandes
cidades - ou na maioria delas - quem manda são os donos da Mídia,
principalmente os donos das cadeias de TV. De um povo cuja cultura vem das
novelas, dos programas de baixo nível, desestruturado, analfabeto, o que se
poderá esperar como resultado eleitoral?
Olhando de determinado ângulo este tal
progresso tecnológico, tenho cá minhas dúvidas. Quem sabe com esses
esclarecimentos, venhamos a fazer escolhas piores do que as que fazíamos antes.
Não há mais barreira física contra a informação: onda de rádio, sinal de
televisão ou onde despontam os sinais da Internet, aos quais, lamentavelmente,
apenas uma pequena minoria tem acesso...
A informação penetra em todos os
lugares e lares. Esboroaram-se os castelos dos nossos antigos coronéis. E tem
mais, pelo andar da carruagem, a cerca do curral e os poderes dos coronéis
estão ultrapassados, mas não deixam de existir - subliminarmente. Agora o céu é
o limite. Ou dizendo de outra maneira: continuamos cercados pelos arames
farpados do analfabetismo, agora intoxicados pelos marqueteiros eleitoreiros.
Sem Educação e Ensino não haverá
tecnologia que seja capaz de fazer avançar a Democracia Brasileira. Ficamos no
mesmo coronelismo, agora apenas camuflado. Que importa se a urna é eletrônica,
quando a massa eleitoral não tem escola para aprender ou se esclarecer? Se a
cabeça do votante continua desinformada e agora mais confusa?
Para concluir, vou confessar uma coisa
(sem saudosismo piegas). No tempo dos coronéis era tudo mais simples e havia um
folclore mais engraçado. Costumo dizer: sem humor, do que vale viver? Havia
todo um folclore envolvido, cujo centro era, na maioria das vezes, o chefe
político ou o dito coronel. O voto era passado das mãos do coronel para o
eleitor em cédula dobrada e quando o pobre do eleitor queria ver o nome em que
ia votar, o chefe, o capataz ou o cabo eleitoral ou qualquer coisa que o valha
gritava: "Pra que olhar primeiro se você nem sabe ler e depois o voto é
secreto. Você não sabe disso? Seu idiota! Quer ir pro xilindró? Olha o meganha
aí para te prender...".
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
Nota do Editor do Blog: Esta postagem estava preparada para divulgação
aqui nos próximos dias, ao término da novela “Velho Chico”, um grande sucesso
de público veiculado pela Rede Globo nesse momento. Com ela, aproveita-se para
lastimar a perda acidental do ator Montagner, colhido no auge de sua carreira
artística, quando fazia um dos principais protagonistas do folhetim novelesco.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
O ROTEIRO DAS VAIAS
Márcia Alcântara
Holanda (*)
O espetáculo de abertura das Paralimpíadas, no dia 7
deste mês no Maracanã, foi um show de beleza, emoção suprema regada a muito
choro, mas também pontuada por sonoras e profusas vaias que completaram a
apoteose de sentimentos, como alegria, superação e descontentamento. A
perfeição do espetáculo imperou, o povo aplaudiu, mas reverberou uníssono e
intensamente com uma estrondosa vaia que expressou seu descontentamento para
com o “status quo” do nosso Brasil: a politicagem incidindo em todas as frentes
dos nossos destinos.
Houve também muitos gritos e, dentre eles, os de “Brasil,
Brasil, Brasil”. O que se quis dizer naquela hora ao presidente e assessores
vaiados nas suas aparições no evento foi: “Parem de ‘leriado’, conchaves, troca
de favores e se comportem como nós cremos que devem se comportar os
responsáveis por dirigirem a nação e, as nossas vidas. Queremos ter saúde,
educação, segurança, direito de ir e vir sem atropelos; enfim, viabilização de
todos os nossos direitos”.
O fato de se receber uma vaia não quer dizer nada além de
que o “vaiante” está querendo ser ouvido a distância e quer dizer que não está
satisfeito com os rumos que alguém ou muitos estão dando a determinado
processo. No nosso caso, as vaias das Paralimpíadas quiseram chamar a atenção
para o rumo que se está dando ao Brasil neste momento: está sem rumo. O roteiro
dessas estrepitosas vaias está claro, e foi dito ao vivo e a cores: “Ei, vocês
aí, empertigados e viciados no poder, mexam-se, e mexam-se rápido! O povo não
aguenta mais esperar, são 12 milhões de desempregados, sem teto, sem escola e
sem saúde!”.
O bom entendedor deveria adorar as vaias, pois os
norteariam na busca de encontrar onde estão as falhas de suas posições e como
solucioná-las a contento, procurando entender e interferindo em cada ponto
nevrálgico desse chamamento. Não dá mais para aguentar o toma-lá-dá-cá das
casas executivas e legislativas do Brasil.
Viva a vaia! Diríamos nós, cearenses, que, com o espírito
de molecagem, revelador de um estado de humor permanentemente em alta, vaiamos
o sol no dia 30 de janeiro de 1942, que, depois de dois dias escondido,
resolveu aparecer, tirando o prazer que os cearenses têm com a chuva ou tempo
lusco fusco (O POVO, 30/1/2012). Fazemos parte, pois, da
cultura da vaia e talvez pudéssemos ter orgulho de dizer: quem de direito tomar
as vaias a sério, que as escute e mude o roteiro dos seus atos. Sigam o roteiro
das vais e provavelmente acertarão no roteiro dos nossos destinos como
brasileiros. Que o sol e o presidente sigam o roteiro das vaias; assim,
poderemos ter dias mais frescos e um povo mais bem cuidado.
(*) Médica
pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro da Academia
Cearense de Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/9/2016. Opinião. p.11.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
FRASES E PENSAMENTOS DE GOETHE II
11 “Poderosa
é a lei; mais poderosa, contudo, é a necessidade.”
12 “Os
homens sensatos são os melhores manuais de conversação.”
13 “O
homem de bom senso jamais comete uma loucura de pouca importância.”
14 “Só
é digno da vida aquele que vai, todos os dias, à luta por ela.”
15 “Pensar
é mais interessante do que saber, mas não é mais interessante do que
contemplar.”
16 “Quando
trabalho o dia inteiro, acolhe-me de braços abertos uma noite amiga.”
17 “O
comportamento é um espelho em que cada um mostra a sua imagem.”
18 “A
posse de uma casa e de uma boa mulher é preferível ao ouro e pérolas.”
19 “A
fidelidade é o esforço de uma alma nobre para igualar-se a outra maior que
ela.”
20 “Não
há homem de valor que permita que lhe arranquem do peito a fé na imortalidade.”
Fonte:
gingaronline.com
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