sábado, 2 de setembro de 2017

Presidente da França morre nos braços da amante: o FATO


Por Max Altman, de São Paulo, em 16/02/2010.
Em 16 de fevereiro de 1899, o presidente da França, Félix Faure, com 58 anos, sofre uma crise de apoplexia e morre nos braços de sua amante num dos aposentos do Palácio do Eliseu. Os comunicados oficiais publicados na ocasião transformam sua morte numa terrível agonia e não mencionam a presença de Marguerite Steinheil, que ficaria célebre. Os colunistas sociais diriam que ele ficou mais famoso pela sua morte que por sua vida.
Em 1897, em Chamonix, estação de inverno na Suíça, Faure conhece Marguerite Steinheil, então esposa do pintor Adolphe Steinheil, ao qual havia sido confiada uma missão oficial. Era um pretexto para o presidente frequentar o chalé onde o casal vivia, em Paris. Pouco depois, Marguerite tornou-se a amante de Félix Faure, encontrando-se com ele regularmente no "salão azul" do palácio presidencial.
No dia em que morreria, Faure telefonara para Marguerite e pedira que ela fosse ao seu encontro no final da tarde. Minutos após a chegada, os empregados do palácio ouviram toques de campainha violentos. Ao chegarem em socorro, encontram o presidente estendido sobre um divã, enquanto Marguerite ajustava suas roupas em desalinho. Félix Faure morreria horas depois.
Na verdade, o presidente teve congestão cerebral, mas os rumores eram de que Faure tinha morrido nos braços de Marguerite. No dia seguinte, o Journal du Peuple estampava que ele havia morrido por "ter-se excedido no sacrifício a Vênus" - ou seja, um esforço excessivo durante o ato sexual. A maledicência popular dava detalhes. O presidente chegara ao orgasmo devido a uma felação feita pela amante, o que teria sido fatal.
Conta-se que o policial mandado ao Eliseu foi logo perguntando ao chegar: "O presidente manteve a consciência o tempo todo?", ao que uma empregada do palácio teria respondido "Não, ela saiu por uma porta secreta". Em francês, "connaissance" é tanto "consciência", de estar consciente, como também uma "conhecida".
Marguerite Steinheil passou a ser apelidada de "Pompa Fúnebre" (um trocadilho com pompe, de "cerimônia" e de "sucção"). Os humoristas da época diziam: "Queria ser César e não passou de Pompeu" - de pompée, alusão tanto ao gosto do presidente pelo fausto que gostavam de satirizar quanto à felação que teria provocado sua morte. Esta frase foi igualmente atribuída a Georges Clemenceau, que sempre a negou. No entanto, teria dito, após a morte do presidente "Ao se reduzir à nulidade, deve ter-se sentido em casa". Félix Faure está enterrado no cemitério de Père Lachaise, em Paris.
Diz-se também que teria sido envenenado pelos defensores de Dreyfus, tese retomada por Edouard Drumont em seu jornal La Libre Parole, onde afirma que um remédio envenenado foi colocado entre os medicamentos que o presidente tomava.
Fonte: operamundi.uol.com.br

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