terça-feira, 12 de setembro de 2017

“BAGUNÇA”


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
De início gostaríamos de pedir desculpas aos leitores e leitoras deste texto por usar como título uma palavra chula e grosseira. No entanto, estaríamos sendo extremamente tolerantes e injustos se usássemos “basta”, “mal feitos”, “desvio de conduta”, “equívoco” etc. Na realidade o que vem acontecendo no Brasil, nos últimos anos, sem generalizar, é uma desorganização significativa na sociedade civil, na academia, nas atividades empresariais e trabalhistas, nos três Poderes Constituídos, etc. O Brasil é um País viável em todos os aspectos e a população brasileira, em sua grande maioria, é de índole boa e não merece tamanha humilhação, bem como a falta de perspectiva. Acreditamos que a busca pelo poder e não pelo governo, assim como a substituição dos planos de ação, táticos e estratégicos, pelos mecanismos do falso “marketing” político contribuíram para enfraquecer a nossa juvenil democracia e, consequentemente, o Estado brasileiro. Ademais, o radicalismo tem influenciado de forma negativa as alterações de comportamento e de organização social. Crises várias decorrem de movimentos radicais e tendenciosos que não procuram soluções, mas modelos inadequados do ponto de vista socioeconômico, jurídico e político. O Estado brasileiro existe não para ser opressor, corrupto ou injusto, mas para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos alcançar as verdades essenciais, com consciência crítica, tendo por objetivo os valores éticos e morais indicadores de um contexto onde prevaleçam a liberdade a justiça e a igualdade de oportunidades, conforme o Estado Democrático de Direito previsto na nossa Carta Magna.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 26/5/2017.

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