Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
No momento atual, fatores como a globalização perversa; a busca do
poder pelo poder, não respeitando os princípios éticos; o fundamentalismo
religioso; o corporativismo autoritário; o capitalismo selvagem; os
estelionatos eleitorais e administrativos; dentre outros, estão conduzindo
nações ricas, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos morais,
de desesperança, de injustiça, de violência, etc. Para onde vamos? O que
queremos? Eis as grandes questões. Se o avanço científico e tecnológico, para
certos segmentos da humanidade proporciona melhores condições de vida, para
outros não acontece o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não
concordamos quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas
excluídas e oprimidas. Tais inquietações nos lembram Santo Tomás de Aquino: “Há homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permite
ir além das coisas corpóreas”. Precisamos
pensar no futuro. A crise mundial é consequência do aumento do pragmatismo e da
redução das verdadeiras correntes de pensamento filosófico. Não obstante as
diferenças culturais dos povos, existem características básicas que devem ser
comuns: a justiça, a perspectiva de mobilidade social, a soberania popular,
evidenciada por convicções democráticas e não por forças autoritárias; também a
busca permanente da paz. Nunca procuremos a subserviência para alcançarmos uma
pseudofelicidade, mas sim a inquietação sincera como forma de chegar à
liberdade. Concordamos que o Estado Democrático de Direito está esgotado. Na
verdade, muitas vezes é injusto, pois permite privilégios. Antes que voltem os
defensores de regimes totalitários, é importante que se coloque nas agendas de
debates, em fóruns nacionais e internacionais, a criação do Estado Democrático
de Justiça. Conforme João XXIII, “Aonde quer
que vás, leva o teu coração”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 22/3/2019.
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