sexta-feira, 12 de abril de 2019

UECE, UMA UNIVERSIDADE POPULAR


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
Os que cuidam do cotidiano da Uece têm consciência da nossa grandeza como uma universidade popular, capaz de articular inclusão social, democracia interna e mérito acadêmico com as imperfeições profundas da cultura social e política brasileira, mas com criatividade e luta.
A consciência vem do pioneirismo na interiorização da educação universitária cearense, pois são 44 anos desde a incorporação do campus de Limoeiro do Norte, e entre 25/35 anos dos campi de Tauá, Quixadá, Iguatu, Crateús e Itapipoca - uma universidade do interior. Da forte oferta de vagas, turmas e cursos noturnos, para atender o aluno que também trabalha - uma universidade do trabalhador. Da história nas licenciaturas, pois já graduamos mais de 55 mil professores para a maior política pública cearense, a que qualifica a educação básica - uma universidade do professor.
Consolidadas essas missões, avança-se para a pós-graduação stricto sensu, a pesquisa básica e aplicada e a inovação tecnológica, sem descurar do vínculo ensino/pesquisa/extensão, atuando massivamente na extensão universitária na comunidade e na extensão comunitária na universidade, como retratam as nossas 164 mil/ano pessoas atendidas em projetos de extensão.
A democracia do acesso ocorre pelo acompanhamento das políticas de redução das iniquidades sociais, tomando a decisão republicana, por exemplo, de atrair os egressos do ensino médio público, uma tradição, pois, antes das cotas, já alcançávamos 67% deles na composição do alunado, hoje equalizando a distribuição pela inclusão nos bacharelados mais competitivos.
A democracia da qualificação da permanência, pela expansão, por exemplo, dos restaurantes universitários e da oferta de um leque de oportunidades de bolsas, que já atendem 20% dos graduandos. Quando tratamos a questão das deficiências físicas, temos enfrentado com vigor as dificuldades do povo surdo, pela ênfase na formação em Libras.
Os 28 mil estudantes, do ensino técnico de nível médio ao pós-doutorado, sabem das insuficiências de financiamento e dos problemas em relação à contratação de professores, mas se unem ao corpo docente, aos servidores administrativos e à gestão no bom combate pela ética pública baseada na garantia de direitos e no mérito acadêmico. Isso, agora, pela posição no ranking da THE, até Londres sabe.
(*) Professor titular de Saúde Coletiva e Reitor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 11/4/19. p.19.

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