Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
Entendemos que os dois
grandes problemas do nosso tempo são as questões envolvendo a paz e a justiça
social. São problemas interdependentes abrangendo, principalmente, aspectos dos
direitos humanos. No atual estágio da humanidade, destacam-se como fundamentais
os direitos à vida e à liberdade, como também o direito de se ter o mínimo indispensável
para alcançar a cidadania. Ações de política econômica precisam ser concebidas
visando buscar uma melhor justiça distributiva, consequentemente uma
organização social justa. A vida é mais agradável e bela quando percebemos a
presença da amizade e a ausência da inveja e do ódio. Vivemos dias de
expectativas, para não dizer de intranquilidade e angústia, no contexto
mundial. Em todas as nações, das mais ricas às mais pobres, existem problemas
relacionados com a falta de entendimento, humildade, justiça, amor e paz.
Acreditamos que a supremacia dos valores materiais sobre os espirituais é a
grande responsável pelo atual desajuste universal. Quando dizemos valores
espirituais não estamos nos referindo e também nos restringindo a uma
determinada religião, doutrina ou seita. Vale lembrar Mahatma Gandhi: “Considero-me hindu, cristão, muçulmano, judeu, budista e
confuciano”. Não podemos mais conviver com
guerras, terrorismo, disputas inócuas, enfim, com qualquer tipo de violência
política, social, econômica, etc. A discriminação entre as pessoas, por
exemplo, representa a forma mais cruel de coação, permitindo o constrangimento
físico ou moral. A falta de solidariedade leva ao desentendimento, à
intolerância e ao comportamento irracional. Não queremos um mundo
preconceituoso. É bom lembrar que alterações mentais demandam tempo e são
difíceis. Goethe disse: “Abra o coração para
que entre mais amor”, para alcançarmos a
esperança e a felicidade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 3/5/2019.
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