Por Vladimir Spinelli Chagas (*)
Elzenir
Colares é um nome a ser referenciado por todos os cearenses. Cognominada A Dama
do Folclore Cearense, Elzenir deixou um legado de realizações que faz jus a
esse epíteto.
Filha
de um artesão, logo após licenciada em letras anglo-saxônicas resolveu estudar
a língua e a literatura espanholas, o que pôde realizar a partir de uma bolsa
de estudos para a Espanha. Lá, mercê de sua inquietação, resolveu cursar danças
espanholas, tornando-se exímia dançarina.
Dominando
perfeitamente o idioma espanhol, Elzenir foi uma das pioneiras da Casa de
Cultura Hispânica da UFC e, posteriormente, enriqueceu também o Curso de Letras
da Uece. Nas duas instituições, formou um sem número de alunos a partir da
cultura espanhola, envolvendo as artes, a culinária e o folclore, com destaque
para a música e a dança.
Ainda
na Casa de Cultura Hispânica, Elzenir teve a ideia de promover os encerramentos
de anos letivos com apresentações baseadas no cancioneiro folclórico espanhol,
de onde derivou o Grupo Folclórico Hispano Brasileiro. Com o início das
apresentações para turistas no Teatro da Emcetur, passou a denominar-se Grupo
de Tradições Cearenses (GTC), mantendo o caráter de voluntariado.
Para
essas apresentações, Elzenir passou a pesquisar mais a fundo o folclore
cearense, levantando informações no interior do Estado que proporcionaram a
montagem de majestosos espetáculos encenados no Ceará e em outros estados.
Em
agosto de 1982, a Dama levou o GTC a se apresentar nos Festivais Internacionais
de Folclore da França, Suíça e Espanha, como representante do Brasil, com
grande sucesso.
Foi
nesta ocasião que tive a oportunidade de conhecer mais de perto a guerreira
Elzenir e vários dos componentes do GTC, como Artur Rocha, Solon Sales, Mario
Holanda, Lúcio Flávio, Poty Fontenele, Oceneia, Vanja e outros que a memória já
não ajuda a lembrar dos nomes, mas cujas imagens permanecem claras pelos muitos
momentos de sadio entretenimento cultural que proporcionaram a tantos.
Em
20 deste junho, Elzenir fechou, enfim, um ciclo. Mas deixou uma forte presença
nas artes, na cultura, no folclore, nas tradições cearenses!
(*) Professor
da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do
CRA-CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 6/7/20. p.16.
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