terça-feira, 12 de janeiro de 2021

LUCRO COM RESPONSABILIDADE E ÉTICA

Por Lauro Chaves Neto (*)

A responsabilidade e a ética devem ser os princípios norteadores da sustentabilidade dos investimentos, as suas ausências na economia geram a degradação desenfreada do meio ambiente e o processo de exploração das pessoas, principalmente dos mais vulneráveis. Já na política, essa ausência gera o poder exercido para o benefício individual em detrimento da coletividade.

Regras formais jamais serão suficientes para compensar a falta de responsabilidade e ética dos agentes econômicos, é necessária uma mudança no mindset. Nas últimas décadas, ganharam importância formulações para decisões de investimentos que buscassem compatibilizar o lucro com sustentabilidade.

A Conferência de Estocolmo, da ONU, em 1972, praticamente iniciou as mudanças de atitude para a preservação do meio ambiente, depois foram vários embates até chegar aos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e ao acordo de Paris. O Brasil foi protagonista, tanto na Eco-92, como na Rio 20.

Os princípios do ESG (Environmental, Social and Governance) são cada vez mais importantes no mundo empresarial e no das finanças, para selecionar ativos seguindo o seu impacto e performance esperados nas áreas do ambiente, da sociedade e da governança.

O G de Governança possui relevância no novo mercado, segmento da B3, com as empresas de capital aberto que praticam, voluntariamente, boas práticas de transparência e governança até com mais intensidade do que a legislação determina. O S de Social envolve toda a geração de valor para a sociedade. O E do ambiental talvez seja o mais complexo de ser avaliado objetivamente, existem métricas como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), usado pela B3, para analisar quão sustentável e responsável é a gestão das companhias listadas.

Atualmente, as empresas que seguem o ESG são o target prioritário dos fundos de investimentos para financiamento das suas operações e projetos de expansão, tendendo a ser este um caminho sem retorno, pois o lucro com responsabilidade e ética, além de remunerar os acionistas, contribui para o equacionamento de questões sociais e ambientais. 

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 12/10/20. Opinião. p.20.

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