quinta-feira, 9 de novembro de 2023

O FUTURO DA GESTÃO EM SAÚDE

Por Álvaro Madeira Neto (*)

Há anos, temos testemunhado uma série de transformações na saúde. Essas mudanças, que vão além dos avanços tecnológicos, refletem a necessidade de repensarmos a maneira como gerimos nossos serviços de saúde.

O Sistema Único de Saúde (SUS), por exemplo, é mais do que um sistema de saúde; é um símbolo da redemocratização brasileira e da ampliação dos direitos de nossa população.

No entanto, é fundamental lembrarmos que saúde não é apenas a ausência de doença. Já na década de 1980, começamos a entender que a saúde está intrinsecamente ligada a fatores sociais, econômicos e preventivos.

Mas, apesar dos avanços, ainda enfrentamos desafios. Nosso sistema de saúde, em muitos aspectos, permanece fragmentado e reativo, com as doenças crônicas Não Transmissíveis dominando o cenário.

Nesse contexto, surge o conceito de Redes de Atenção em Saúde, uma tentativa de horizontalizar e integrar os elos da cadeia de valor em saúde, potencializando a gestão e o cuidado.

A ideia é simples: ao invés de um sistema centralizado e reativo, precisamos de um modelo que priorize a prevenção e considere os determinantes sociais em sua estratégia e planejamento.

Não basta apenas investir em tecnologia e sofisticação. Precisamos de um sistema que promova conexão, empatia e que esteja verdadeiramente voltado para as necessidades das pessoas.

Portanto, é essencial que nos afastemos dos antigos paradigmas, onde a saúde era vista de forma hospitalocêntrica e fragmentada. O futuro da gestão em saúde está na atenção primária básica, organizada em redes de atenção, promovendo uma integração profunda entre os diferentes setores.

Em termos claros, é essencial um sistema que enxergue o ser humano em sua plenitude, levando em conta não somente os sintomas, mas também sua trajetória, seu ambiente e suas demandas individuais.

A saúde é, sem dúvida, um direito inalienável de todos, e é nosso dever, enquanto profissionais e gestores, assegurar que ela seja de fácil acesso e de alta qualidade para cada brasileiro.

(*) Médico e gestor em saúde.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 14/10/2022. Opinião. p.18.

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