terça-feira, 7 de novembro de 2023

Uma epidemia macabra, Governo do Ceará e sua omissão na segurança

Por Luiz Eduardo Girão (*)

A ONU define o quantitativo de 10 homicídios por 100 mil habitantes como o índice máximo tolerável. As cidades que ultrapassam esse limite são consideradas em situação de epidemia de violência.

A maioria dos países europeus mantém há décadas um índice inferior a 5 Hom/100mil. Se o nosso Estado fosse um país, seria considerado um dos mais violentos do mundo, porque ostenta há muitos anos um índice superior a 35 Hom/100mil. Durante os dois mandatos do PT na "Terra da Luz" a segurança pública degringolou. Pela flagrante omissão, parecem querer transformar o nosso Ceará em uma terra sem lei e das sombras pois foram assassinadas 30.897 cearenses. São números elevadíssimos, e em alguns casos, semelhantes ao número de pessoas mortas em decorrência de conflitos bélicos entre nações e guerras civis sangrentas.

Todavia, essa triste epidemia em "terras alencarinas" ainda possui um agravante: comunidades inteiras vivem sob o domínio de facções criminosas que impõem toque de recolher e expulsam - sem rodeios - moradores que não se submetem a esse "governo paralelo", num triste retrato da falência e incompetência dos "poderosos de plantão", que só querem saber como fazem para se perpetuarem no Palácio da Abolição.

Meus conterrâneos, libertários por natureza, estão rendidos por "gestores" despreparados que buscam solucionar essa epidemia exclusivamente com a repressão promovida pelas forças policiais que tentam garantir a Paz. Entretanto esse mesmo governo não dá as condições mínimas para o enfrentamento ao crime organizado, como, por exemplo, investindo em inteligência na área de segurança assim como o urgente enfrentamento à extrema pobreza.

Dentre os quase 9 milhões de habitantes, quase 6 milhões de cearenses vivem na pobreza, sendo que 1 milhão e 400 mil na mais absoluta miséria. Quando os governantes privam parte expressiva da população de direitos básicos, estão sabotando a ordem pública.

A epidemia de violência só poderá ser vencida quando o executivo não inverter a prioridade nos gastos públicos. E o exemplo tem que vir de cima! Mas quando temos um governador que torra dinheiro com mordomias superiores a R$ 10 milhões só com aluguel de jatinhos e helicópteros, apenas este ano, além de seu grupo político ter "usado e abusado" do dinheiro suado do pagador para desperdiçar 1.1 bilhão de reais com propaganda e publicidade, a situação fica mais difícil, pois ele perde autoridade moral para enfrentar e vencer qualquer crise. Paz & Bem

(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/09/23. Opinião, p.19.


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