Lúcio Flávio Gonzaga Silva (*)
O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais comum do homem idoso na
Europa, nos Estados Unidos e no Brasil
A ideia é vestir de azul as cidades brasileiras. O homem,
normalmente pouco zeloso por sua saúde, tem neste novembro a oportunidade de
despertar para uma questão essencial: a prevenção do câncer de próstata.
Assim, o mês de novembro, em sua cor azul, no Brasil tem
um significado especial. Ele simboliza o esforço da medicina brasileira,
especialmente da urologia, para sensibilizar a sociedade ao enfrentamento dessa
neoplasia bastante prevalente na população.
O propósito é conscientizar os homens para os cuidados de
prevenção de doenças. Além do câncer de próstata (objetivo maior da campanha
deste mês de novembro), que pode ser curado quando diagnosticado no seu começo.
É importante também lembrar outros dois tipos de
neoplasias malignas urológicas que podem ser absolutamente preveníveis: o
câncer de pênis, ainda presente – o qual pode ser evitado com medidas simples
de higiene (um bom banho diário) -, e o câncer de bexiga (lembrem-se: parar de
fumar é uma medida preventiva inteligente).
Porém, como o foco do mês é o câncer de próstata, fica a
pergunta: há mesmo razão para um novembro azul?
A resposta é simples e afirmativa: o câncer de próstata é
a neoplasia maligna mais comum do homem idoso na Europa, nos Estados Unidos e
no Brasil, que tem estimativa para de 61,82 casos para 100 mil homens, superior
até mesmo que o câncer de mama (56,20 para 100 mil mulheres).
Ademais, essa neoplasia maligna é a segunda causa de
morte dentre os homens. Para o brasileiro com 50 anos de idade e expectativa de
vida, hoje, maior do que 25 anos, a probabilidade de morrer por câncer de
próstata é 3%. A excelente notícia é a possibilidade real de diminuí-la com
medidas de prevenção.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o exame
retal digital e a dosagem sérica de PSA, anualmente, a partir dos 50 anos para
todos os homens e a partir de 45 anos para aqueles com histórico familiar
positivo (pai, irmão e tios portadores da doença).
Assim, tudo o posto, o novembro azul tem especificamente
uma missão: chamar a atenção do homem para o cuidado com a sua saúde, para sua
corresponsabilidade na luta pelo que lhe é de mais precioso: a defesa da vida.
E como disse Sêneca, o grande escritor e intelectual romano, “é parte da cura o
desejo de ser curado”.
Consta que um velhinho, bem velhinho, bateu na porta dos
céus. São Pedro a abriu e perguntou: “Por que só chegou hoje? Esperávamos você
há muitos anos”. Ele respondeu ao santo: “Cheguei, assim, muito tarde, somente
hoje, porque todos os anos eu fazia minha prevenção do câncer de próstata”.
(*) Professor
da Universidade Federal do Ceará (UFC) e conselheiro do Conselho Federal de
Medicina.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/11/2017. Opinião. p.11.
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