A Divina Comédia é um
poema épico e teológico da literatura mundial, escrita pelo italiano Dante
Alighieri (1265-1321). É formado por três partes: inferno, purgatório e
paraíso, relatando em versos a história da conversão do pecador a Deus. É claro
que nossa intenção, neste pequeno texto, é estimular o leitor a ler a obra de
Dante e fazer uma analogia com o que vem ocorrendo nos últimos anos no Brasil e
em muitas regiões do mundo. Jamais teria a audácia de em 22 linhas analisar o
mencionado poema, que é apresentado em centenas de páginas. Todavia, Dante
percorreu, na imaginação, o inferno e o purgatório acompanhado por Virgílio,
escritor de Eneida no século I a.C., representando a Sabedoria Humana, e, ao
lado da mulher amada Beatriz (Sabedoria Divina), percorreu o paraíso. Em
síntese, Dante passou por lugares do pecado e da purificação e alcançou o reino
da beatitude, ou seja, foi do inferno ao paraíso. Não desejamos tanto, para o
mundo e para o Brasil. Mas almejamos, compatibilizando razão e fé, alcançar
padrões de vida compatíveis com uma situação onde prevaleçam a paz, a correção
comportamental, a ética, a justiça, enfim o amor. Particularmente, o nosso
querido Brasil está atravessando uma crise sem precedentes. Não estamos
discutindo e debatendo os reais problemas do povo. Porém, casos bizarros
relacionados com determinadas pessoas e grupos. O Brasil sempre deverá ser
democrático, com governos em que o povo exerça a soberania. As elites
brasileiras, em todos os setores de atividade, precisam ler e interpretar, se
possível, A Divina Comédia para que se encontre um contexto sem corrupção,
justo e glorioso.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 13/10/2017.
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