Oficialmente no Brasil são reconhecidas 53
especialidades. A terminologia médica é composta de termos (mais) gregos e
latinos, em voga nos séculos XV e XVII, derivados de línguas ditas “mortas”,
embora ainda vivas até hoje. Destarte, convém identificar suas origens ou
etimologia para saber seu significado. Assim: angiologia (do grego aggêion =
vaso sanguíneo); cardiologia (do grego kardia = coração, ou estômago);
dermatologia (grego derma = pele); endoscopia (gr. endon = dentro + skopein =
olhar para); (gr. Idem krinein = separado, refere-se às glândulas internas); geriatria
(gr. géron = velho); hematologia (gr. haimato = sangue); mastologia (gr. mastós
= seio); nefrologia (gr. nephrós = rim); oftalmologia (gr. opthalmos = olho);
pediatria (gr. paidós = criança); pneumologia (gr. pneumón = pulmão);
proctologia (gr. próktos = reto); otorrino (g. ótos = ouvido rhino = nariz);
urologia (g. ouron = urina).
Creio ter explicado didaticamente a diferença entre
proctologia e urologia em artigo aqui publicado a 12/09/2012. Mas vale repetir:
aquela entende-se com (relaciona-se) as doenças do intestino grosso (ou cólons)
(1,5m), desde o íleo terminal, incluindo o apêndice, até o reto e o ânus. Nem
só de hemorroidas e fístulas vivem os proctologistas, mas também do câncer
colo-retal, do megacólon, das colites (reto-colite ulcerativa; colite
granulomatosa, ou de Crohn), da diverticulite, das colonoscopias, das
alterações do hábito intestinal, etc. Esta, pois, a província dessa especialidade
eminentemente cirúrgica.
Quando presidi nacionalmente sua sociedade (1982), desde
1979 funcionou como colo-proctologia. A urologia trata doenças dos sistemas
urinário (máxime da próstata) e reprodutor.
Dos 7 papiros médicos famosos na iátrica antiga (arte de
curar), um foi totalmente dedicado à proctologia, ratificando-a como uma das
disciplinas médicas mais antigas. Consoante o historiador Heródoto, no Egito,
àquelas pristinas (velhas) eras (>450 anos a.C.) cada médico cuidava de
determinada parte do corpo, sendo o proctologista considerado o “guardião do
ânus do faraó”.
(*) Professor Emérito da UFC.
Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, 17/03/2018.
Opinião, p.10.
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