quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A POBREZA ESTAGNADA NO BRASIL


Pedro Sisnando Leite (*)
O Brasil encontra-se entre os países com maior quantidade de pobres e desigualdade do mundo. São cerca de 50 milhões, com metade concentrada no Nordeste. De acordo com os critérios reais, esses valores podem variar, mas a linha de separação de salário mínimo (R,5 - 2017) para a pobreza crônica é o balizamento mais tecnicamente reconhecido, inclusive pelo IBGE.
Com esse propósito foram adotados administrativamente para requisito de ingresso no programa os valores de zero a R$ 77,00 por pessoa mês, para as pessoas consideradas em pobreza extrema e, desse valor para até R$ 154,00, para os que se encontravam na condição de indigência.
Considerando esses parâmetros, o Brasil estava atendendo ao programa de transferência de renda em 2017 pelo Bolsa Família convencional (governo Lula) ou pelo programa de Brasil sem Miséria (governo Dilma) 14 milhões de famílias, ou 50 milhões de pessoas. 
São despesas de R$ bilhões por ano. Assim, a média de cada bolsa por pessoa/mês é de R$ 62/dia). Para ficar claro, todas as pessoas que estão recebendo Bolsa Família atualmente no Brasil estão "encapsuladas", legalmente, na categoria de pessoas carimbadas de "indigentes" e na pobreza extrema.
Os padrões adotados pelo governo brasileiro para o Bolsa Família foram indicados pelas Nações Unidas para os países africanos subsaarianos. O Tribunal de Contas da União tem chamado atenção para as contradições nessa numerologia. Com base nesses dados e em nossos criteriosos cálculos, e estudos recentemente revisados pelo Banco Mundial, a quantidade de pobres existentes atualmente no Brasil é a mesma registrada no ano de 2002, ao término do governo Fernando Henrique Cardoso. É "equivocada"a informação de que durante o governo Lula tenha ocorrido a redução de 36 milhões de pessoas da pobreza no Brasil. Para que isso ocorresse seria necessário que a pobreza fosse de 86 milhões de pessoas! Impossível.
(*) Professor titular de economia do Caen/UFC.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 22/8/18. p.16.

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