sexta-feira, 9 de novembro de 2018

AOS VIVOS: Dinheiro pouco eu tenho muito ... e outro causo


Por jornalista Tarcísio Matos, de O Povo

Dinheiro pouco eu tenho muito

‘Afadigado’ pela chikungunya, mas sempre ‘imperoso’, Mané Chico é do tipo ‘sim, sim – não, não!’ Vai ou racha. Se der, deu; senão der, não deu. Pei bufo. Ou é ou deixa de é. Gosto dum acaba assim. Senti firmeza quando o acompanhei numa pesquisa de opinião, que respondeu sobre o que achava do ‘jeitão do presidente Michel’. O amigo bateu no peito e disparou no olho do jaburu:
—Nem caga nem desocupa a moita!
Gostei! Dei mais valor ainda quando a mesma mocinha do instituto perguntou se ele concordava com a opinião do brasileiro que, cansado de tanta ‘iscandilice’, concluiu contristado: “Literalmente e sem medo de errar, o Brasil está virando um verdadeiro cabaré!” Ora, ora, ora! Nascido e criado no cabaré Lagarta Pintada, na Rua dos Democratas, Mané Chico deu uma upa e bradou:
—Cuma, dona?!? Cuma?!?
A jovem destacou o argumento do dito brasileiro inconformado: “Nunca se viu tantos absurdos, tantas decisões absurdas, tanta baderna”. Daí a comparação do País de agora com o lupanar de sempre. Mané Chico, munido de apreciáveis vivências – dois esquentamentos e quatro copeiras de chato, subiu na mesa e vociferou:
—Jamais, minha bichinha! Jamais!
Mané, cabaré até o talo, quase chorando...
—É um insulto dizer isso dessa instituição benemerente! Respeitem a casa de recursos que nos fez cidadãos. Brasileiros, respeitem o cabaré!
Sagrado credor fí duma égua
Poucas coisas deixam um cristão da marca de Jair Morais tão encabulado. Cobrar de quem deve é uma delas. Sobremodo quando demais carece ter de volta o que cedeu. Conheço gente boa que, devendo centos milhões, nunca nem passou em frente à delegacia. Mas vá o pobre cobrar! Vai, Jair! Desaforo come de esmola! Dá até cadeia!
Só agora eu soube. Sucede que o fí duma égua do Dedé Odrex, há um ano e meio, pediu 50 contos emprestados a Jair (e outros 500 a tantos outros de boa-fé) e pagou a negada toda tempos depois, paulatinamente, menos ao ‘poeta dos cachorros’. Por quê? Jair inventou de cobrar o que lhe era devido!
Aos fatos. Incompetente na gestão dos negócios (fabricação de mariola-conceito), Dedé viu o comércio degringolar com o advento do iPhone 6s Plus e, pra evitar falir, buscou arrego financeirativo no hoje ex-amigão do peito Jair de Moura Morais (e noutros tantos de boa-fé). Ainda assim quebrou que apartou. Prometia idiomático, escondendo intenções descabidas.
—Devo, não nego-lhes, pago-lhes quando puder-lhes! Paciência-lhes, senão-lhes...
Dedé consegue se reerguer da liseira. Ora, pois, de quitar débitos, mais por compressão que por compreensão. Aos poucos liquidará o passivo. A metodologia para sanar as dívidas, fidumaeguamente falando: escreveu em pedacinhos de papel os nomes de todos os credores (e valores) e socou numa caixa.
E o mais fidumaeguamente falando: só constava da lista quem nunca lhe tivesse feito uma única cobrança. Jair, em um ano e meio, cobrou 212 vezes e meia.
—212 vezes e meia, não pagarei os 50 contos do Jair!!!
Mão de tabefe levou Dedé Odrex. Três dias de xilindró pro ‘poeta dos cachorros’.
Fonte: O POVO, de 22/07/2017. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.8.

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