terça-feira, 17 de março de 2020

BRASIL, MEIO AMBIENTE E O FÓRUM DE DAVOS


Por Artur Bruno (*)
Antes, protagonista nas questões relacionadas às mudanças climáticas, o governo brasileiro expressa, atualmente, um certo ceticismo em relação ao tema. Em janeiro último, por ocasião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o posicionamento do Brasil acabou ficando na contramão da cimeira e impactando sobre os esforços do Ministério da Economia na busca por investidores. Investidores esses que questionaram o governo Bolsonaro na área ambiental.
Este ano, o Fórum, frequentemente criticado por ser muito fechado, um tanto quanto distante do "mundo real", fez diferente e trouxe, para os encontros de alto nível entre os líderes empresariais e políticos de todo o mundo, a sustentabilidade global. "Partes interessadas para um mundo coeso e sustentável" foi o tema central e, entre os principais assuntos discutidos, estava a "Ecologia e como agir agora com os desafios climáticos e ambientais urgentes".
Os temas que dizem respeito ao impacto das mudanças climáticas, além da questão referente à maior consciência dos consumidores, deixaram claro que na nova agenda planetária dos grandes investidores está definitivamente posto que é possível compatibilizar meio ambiente e negócios, e que o tema está relacionado tanto aos pobres quanto aos ricos.
Os resultados da inação climática estão se tornando cada vez mais evidentes. As fortes chuvas que recentemente inundaram a Grande Belo Horizonte, os incêndios, as queimadas e altas temperaturas, mostram isso. Ninguém se engane, estamos enfrentando uma emergência climática e Davos 2020 deixa a reflexão de que é preciso, ou de que já existe, de fato, uma nova visão de mundo. O mundo que aderiu à agenda ambiental, à economia verde.
Adesão essa, que o Ceará, sob a liderança do governador Camilo Santana, escolheu como primordial em sua gestão. Um modelo capaz de garantir que os processos produtivos atuais respeitem os limites da natureza. O Governo do Estado dialoga com o setor privado, acaba de criar o Selo Empresa Sustentável, incentiva à criação de unidades de conservação, o reflorestamento e executa a política de gestão de resíduos.
(*) Secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 27/2/20. p.16.

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