Por Artur Bruno (*)
Antes,
protagonista nas questões relacionadas às mudanças climáticas, o governo
brasileiro expressa, atualmente, um certo ceticismo em relação ao tema. Em
janeiro último, por ocasião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o
posicionamento do Brasil acabou ficando na contramão da cimeira e impactando
sobre os esforços do Ministério da Economia na busca por investidores.
Investidores esses que questionaram o governo Bolsonaro na área ambiental.
Este ano, o
Fórum, frequentemente criticado por ser muito fechado, um tanto quanto distante
do "mundo real", fez diferente e trouxe, para os encontros de alto
nível entre os líderes empresariais e políticos de todo o mundo, a
sustentabilidade global. "Partes interessadas para um mundo coeso e
sustentável" foi o tema central e, entre os principais assuntos
discutidos, estava a "Ecologia e como
agir agora com os desafios climáticos e ambientais urgentes".
Os temas que
dizem respeito ao impacto das mudanças climáticas, além da questão referente à
maior consciência dos consumidores, deixaram claro que na nova agenda
planetária dos grandes investidores está definitivamente posto que é possível
compatibilizar meio ambiente e negócios, e que o tema está relacionado tanto
aos pobres quanto aos ricos.
Os resultados
da inação climática estão se tornando cada vez mais evidentes. As fortes chuvas
que recentemente inundaram a Grande Belo Horizonte, os incêndios, as queimadas
e altas temperaturas, mostram isso. Ninguém se engane, estamos enfrentando uma
emergência climática e Davos 2020 deixa a reflexão de que é preciso, ou de que
já existe, de fato, uma nova visão de mundo. O mundo que aderiu à agenda
ambiental, à economia verde.
Adesão essa,
que o Ceará, sob a liderança do governador Camilo Santana, escolheu como
primordial em sua gestão. Um modelo capaz de garantir que os processos
produtivos atuais respeitem os limites da natureza. O Governo do Estado dialoga
com o setor privado, acaba de criar o Selo Empresa Sustentável, incentiva à
criação de unidades de conservação, o reflorestamento e executa a política de gestão
de resíduos.
(*) Secretário do
Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto
do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 27/2/20. p.16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário