Por Lucas Vieira, Rafael Santana,
Camila Pontes e Luciana Pimenta, de O Povo (*)
O tratamento do Parkinson
“O tratamento da Doença de Parkinson (DP) é baseado em aumentar a ação da dopamina no cérebro, já que à
sua redução é o que gera os sintomas motores da doença, mediante usos de
medicamentos, como o Levodopa, o mais eficaz e mais utilizado para o tratamento
da doença”,
explica o dr e professor Pedro Braga.
Ele afirma que há outras estratégias de
medicamentos já comprovadamente eficazes, mas que, de uma forma geral, elas
atuam na via dopaminética. “A doença é muito mais ampla do que dopamina. Tem outros
neurotransmissores envolvidos em outros sintomas da doença, como memória,
depressão e ansiedade e constipação”, ressalva.
O médico também destaca necessidade de um
bom acompanhamento para o controle dos sinais da doença e reforça a importância
da prática de exercícios físicos.
“Quando eu vejo que os pacientes se engajam mais na atividade
física, observo que eles estão em melhor evolução. E os estudos mostram que
isso pode ter um papel neuroprotetor, ou seja, diminui a progressão da doença”, finaliza.
Instituições especializadas no atendimento a parkinsonianos
No Brasil, existem algumas instituições que
contam com núcleos de reabilitação e tratamento para pacientes com Parkinson.
Nestas se encontram profissionais especializados em DP que podem oferecer um
bom atendimento aos casos diagnosticados.
Além disso, os tratamentos alternativos
podem auxiliar esse processo, como a prática de artesanato, que tem se
destacado não apenas como uma forma de expressão artística, mas também como uma
valiosa aliada na prevenção de doenças degenerativas e na promoção da saúde
mental.
Uma pesquisa recente feita pela
Universidade da Califórnia aponta que atividades artesanais, que envolvem o
sistema cognitivo, são as melhores quando o assunto é Alzheimer e Parkinson.
Entre elas estão os trabalhos manuais como o artesanato e as pinturas, por
isso, a prática é muito recomendada para quem se encontra na terceira idade.
A artesã Maria Jeilda, proprietária do
Evellyn's Moda, localizado no Centro de Turismo do Ceará, afirma que a
renascença, prática artesanal muito presente no território cearense, é um bom
exemplo de atividade que podem auxiliar no tratamento de quem é diagnosticado
com Parkinson.
“Essa renda ajuda muito na coordenação motora, ela é feita com as
mãos, lentamente, então aquela mão que se encontra enrijecida, acaba sendo
estimulada com esses movimentos. Esse processo também é terapêutico, podendo
proporcionar interação social, auxiliando na ansiedade e na depressão”, destaca Jeila, que
também ministra aulas sobre renascença.
O dr Pedro Braga afirma que atividades
manuais são importantes, ao ser outra forma de estimular os movimentos. “A dança, por exemplo,
estudos vem demonstrando sua grande importância na melhora dos sintomas motores
e não-motores. O tipo de dança que tem mais estudo é o Tango”, finaliza.
(*) Jornalistas de O Povo.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 3/11/2024. Ciência & Saúde. p. 18-19.
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