Por
Andrea Benevides (*)
O grande desafio da saúde pública está em
tornar os sedentários em ativos, buscando o efeito preventivo/curador da
atividade física sobre diversas doenças. Apesar dos benefícios com a prática
regular de exercícios estarem bem discutidos, a porcentagem de sedentários
ainda é muito alta. Ações de educação em saúde tornam-se cruciais para gerar
mudanças a curto, médio e longo prazo, em ambientes que facilitem envolvimento,
mobilização e participação.
A escola apresenta todas essas
características e, ao contrário das estratégias que vêm sendo lançadas para
promoção da saúde, a Secretaria de Educação do Estado do Ceará, junto com
Secretarias Municipais, tem garantido apenas uma hora de aula de Educação
Física por semana. Escolas que possuíam duas ou três aulas, diminuíram a carga
horária após a publicação das orientações complementares aos estabelecimentos
de ensino para o ano letivo.
A tarefa de desenvolver uma estratégia
promissora para o embate aos inúmeros problemas de saúde, que afetam nossa
sociedade, deve iniciar na escola. Ela possui um papel relevante no processo
educativo, de formação de crianças e jovens, não somente no esporte em si, mas
também no desenvolvimento humano, motor, crítico, desafiador, social e
cultural. A promoção de saúde parte de processos educativos, sendo baseada na
construção de estilos de vida saudáveis, bem como na criação de ambientes
favoráveis à saúde.
Entendendo a urgência de ampliar a carga
horária da Educação Física na escola, o Conselho Regional de Educação Física
(CREF5) lançou a campanha 'Mais Aulas de Educação Física', buscando apoio de
gestores da Educação, políticos, professores, pesquisadores e profissionais
para apresentar a importância do tema e alertar a sociedade.
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população, no
mundo, fosse mais ativa. É necessário que a escola seja protagonista nessa
mudança, estimulando ações multissetoriais, envolvendo a educação, para
oferecer oportunidades aos jovens de serem ativos.
(*) Professora
e mestre em Saúde Pùblica. Presidente do Conselho Regional de Educação Física –
5ª Região (CREF5).
Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/09/2024. Opinião. p.18.
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