segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A TRISTE PARTIDA DO DR. GOTHARDO




São inúmeros os conceitos emitidos a respeito da morte, em sua dimensão física e espiritual, denunciando o rompimento de um elo na cadeia da existência humana. A mais simples definição e, talvez, a que melhor resume o tudo, ou quase tudo, é esta: “morrer é apenas não ser visto”.
Tal se aplica, no momento, à passagem do Dr. Gothardo Peixoto Figueiredo Lima, para outro lado do mistério. A questão é mais do ponto de vista sensorial: não vamos mais vê-lo, mas vamos continuar sentindo-o presente, em cada lembrança dos feitos que realizou, em cada instituição onde ele deixou a marca da sua personalidade carismática, ancorada no entusiasmo com que defendia suas ideias e na competência com que tratava seus pacientes, de forma igualitária, sem privilegiar as classes sociais.
Cada gol do Ceará trará de volta, à mente, a imagem do torcedor fanático do “vozão”; cada amigo, cada colega, cada funcionário da sua empresa, terão sempre algo a recordar daquele que nunca sonegou um abraço, um aperto de mão, um sorriso largo, ou mesmo um meio sorriso, dependendo da ocasião e das circunstâncias.
Será, porém, a família, quem mais sentirá o peso dessa separação abrupta, sem qualquer anunciação prévia que fizesse maturar, aos poucos, a dor da perda iminente. Sua mulher, D. Élvia, e as três filhas que lhe seguiram as pegadas no campo profissional – Flávia, Iane e Camila, jamais deixarão de lembrar o quanto ele foi importante, como marido e como pai, nessa difícil trajetória que se chama vida. O companheiro, o descobridor de talentos dentro da própria casa, poderá não ser mais visto, mas permanecerá mais vivo do que nunca, em cada coisa que tocou, em cada pedaço de chão que percorreu, antes de o coração traí-lo, sem dó, nem piedade.
Passados sete dias dessa triste ocorrência, o Instituto do Câncer do Ceará, lamenta, profundamente, a partida apressada do Dr. Gothardo Peixoto Figueiredo Lima, reverenciando a memória daquele que, munido de um espírito visionário incomum, implantou o Serviço de Quimioterapia do ICC, emprestando-lhe grande credibilidade, à conta do tratamento diferenciado que dispensava, alcançando, preferencialmente, os pacientes pobres e, também, pela contribuição relevante que deu, na formação de uma geração nova de oncologistas clínicos, muitos dos quais atuantes no Hospital Haroldo Juaçaba.
O fato é que 2013 chegou, trazendo na bagagem uma triste realidade: no final da primeira semana de janeiro, o Dr. Gothardo Lima saiu de cena, às pressas, indo prestar contas ao Pai celestial dos 61 anos vividos aqui na terra, onde plantou e colheu amizades, onde amou muito e foi amado com igual intensidade, onde gerou três filhas maravilhosas, que eram seu orgulho e sua alegria e onde deixou exemplos de retidão de caráter, tudo isso agora convertido em saudade.
Fortaleza, 8 de janeiro de 2013
Diretoria e funcionários do Instituto do Câncer do Ceará

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