Muito
já foi dito sobre amizade. Poemas, crônicas, ensaios, romances e estudos
sociais têm percorrido as nuanças do que realmente significa a palavra amizade.
A escritora americana Jan Yager, citada por Ana Paula de Oliveira, em “Equilíbrio”, caderno da Folha de São
Paulo, em abril de 2004, autora do livro “When Friendship Hurts” (Quando a
amizade machuca), refere: “Ter um mau amigo pode fazer alguém duvidar de si
mesmo, de suas próprias habilidades. Em casos extremos, pode também colocar
ambos em situação de risco”.
Ela
indica 21 tipos de não bons hábitos. Praticam-nos o que: não cumpre o
prometido; usa a relação para pedir algo; espalha o que ouviu em segredo; foge
da sua consciência por álcool ou drogas; mente para encobrir falhas de caráter;
fala pelos cotovelos com estranhos; usa a amizade para obter favores ou
facilidades; inveja o que outro tenha, seja o que for; acha-se melhor; só vê
defeitos; vive de baixo-astral; agride por palavras ou atos; alega não ser
querido; depende e abusa da vontade do outro até para viver; o veraz
aconselhador; ser íntimo; passa a imitar o outro; quer dominar a amizade; sufocar
por atenções.
Estendi-me.
Creio que a síntese vale para todos. Os de muito ou os de
poucos amigos. A complexidade das relações humanas, hoje banalizadas em
telefonemas, nas redes sociais e na difusão de estórias. Em textos factuais e o
que mais se imaginar, obrigam-nos a refletir sobre como somos para o outro, e
como os outros nos veem ou nos usam. Amigos são os sem adjetivações.
João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: DN, Domingo, 8 de fevereiro de 2015.
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