Desde há muitos anos, as ciências têm demonstrado o valor da religiosidade, da espiritualidade, para a nossa longevidade e qualidade de vida. Está provado que, durante diferentes momentos e razões da fé, meditação, orações, cantos e transes religiosos, o nosso corpo (através da hipófise) produz neuro-transmissores como a adrenalina, epinefrina e a serotonina, que são importantes para o funcionamento do organismo. A serotonina, por exemplo, é denominada a substância do prazer, da felicidade. Assim sendo, são essenciais à vida.
Sabemos também,
que as mulheres vivem mais do que os homens, estatisticamente, por continuarem
a produzir o “hormônio do crescimento”, após os 40 ou 50 anos, o que não
acontece com os homens. Além disso, tem sido demonstrado, em várias pesquisas,
que a profunda e expressiva religiosidade feminina, o prazer de conversar, a
satisfação com a vida familiar, o saber dirigir e controlar o prazer sexual
etc., aumentam ainda mais, sua capacidade de viver. (8,2 anos no Brasil).
Por isso esse
meu destaque, neste momento em que vivemos o drama do grave atentado à paz da
população francesa e mundial, por razões ditas religiosas e outras, agressivas,
em nome da liberdade de expressão.
E aí lembro do
meu próprio passado quando, ao saber do valor da religiosidade, passei a estudá-la,
nas suas diferentes características, para a nossa qualidade de vida. Estava na
OMS, participando de vários projetos de saúde e qualidade de vida da população
e contatei, com cientistas que estudavam as religiões e seus efeitos nos
indivíduos e grupos sociais. Passei a pesquisar e estudar também, o Deismo e o
Uniteismo e seus valores para os deístas, uniteístas e agnósticos. Suas
consequências e vantagens orgânicas e psíquicas. Então senti ainda mais, o
valor da religiosidade para a nossa vida. Religiosidade com tranquilidade,
sabedoria, humanismo, amor e valorização do nosso corpo e espírito. Valor para
uma vida, com qualidade e longevidade.
O momento atual
é de grande pesar e preocupação, quando vemos terroristas, em grupos pequenos,
independentes e violentos, matarem, indiscriminadamente e cruelmente, em nome
de um deus. Para onde estamos indo? A impressão dada é que não progredimos, não
evoluímos, e estamos revivendo antigos passados de barbárie.
Nenhuma
religião prega a violência, o terrorismo e, menos ainda, o radicalismo
irracional, esquizofrênico e criminoso.
Falsas seitas,
ramos ditos religiosos e violentos, desvirtuam e modificam os preceitos básicos
de seus iniciadores e criadores, demonstrando uma enorme falta de
“consciência”. Deus nos deu uma córtex cerebral desenvolvida, para nos
diferenciar dos animais irracionais.
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de
Medicina.
Fonte: O Povo,
Opinião, de 27/1/2015. p.8.
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