sábado, 3 de fevereiro de 2018

Colbert e Mazarino: o diabo vermelho


Vejam este diálogo de quase 400 anos.
O diálogo, da peça teatral "Le Diable Rouge", de Antoine Rault, entre os personagens Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luís XIV, século XVIII que, apesar do tempo decorrido, é bem atual.
Atentem principalmente ao último trecho:
Colbert: Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar quando já se está endividado até o pescoço.
Mazarino: Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honra-las, vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se. Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criando outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E sobre os ricos?
Mazarino: E os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta, faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então, como faremos?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável... É a classe média!
Nota do Editor do Blog: Este diálogo já foi postado neste blog, mas é deliberadamente oportuna a sua reprodução para que não o esqueçamos (M.G.C.S.).
Fonte: Internet (circulando por e-mails e i-phones sem autoria definida).

Nenhum comentário:

 

Free Blog Counter
Poker Blog