“Estou de plantão na
Maternidade Odete Valadares, uma maternidade pública estadual REFERÊNCIA no
estado de Minas Gerais para acolhimento e tratamento de gestantes de alto
risco, RNs prematuros e casos ginecológicos complexos.
Faltam leitos de CTI
neonatal para atender toda a demanda.
Não raramente pacientes
ficam alojadas em macas por falta de leitos em enfermaria.
Faltam médicos para
preencher contratos de trabalho dada a burocracia para contratação e os
salários defasados frente aos demais postos de trabalho semelhantes.
Para completar, nosso
salário está sendo pago em três parcelas mensais, pois o Governo do Estado diz que
o orçamento não é suficiente para que o Estado faça o pagamento em parcela
única.
A exatos 50 metros daqui, no
Hospital Mater Dei, o craque Neymar está internado para uma cirurgia do quinto
metatarso (dedinho do pé).
Pedestres estão sendo
impedidos de transitar pela calçada do hospital.
Viaturas da polícia estão
estacionadas desde cedo nos arredores.
Um andar inteiro, com muitos
leitos, está interditado para receber o jogador.
Helicópteros sobrevoam o
hospital e não se fala em outra coisa nos noticiários a não ser sobre o caso.
Inúmeros repórteres fazem
firulas na porta do hospital, papagaios de pirata com suas embaixadinhas e mais
uns bons desocupados com camisas de time esperando um autógrafo.
Tudo transmitido ao vivo com
sorriso no rosto e peito aberto.
Do lado de cá, pacientes
esperam horas para serem atendidas e muitas outras são transferidas por falta
de estrutura imediata para internação.
São apenas dois andares para
receber as pacientes e, no momento, não existem vagas.
Infelizmente, reina a
absoluta inversão de valores.
Falta empatia.
Falta vergonha na cara.
Que a imprensa noticie o que
realmente importa, o que causa impacto na vida do cidadão que paga impostos e
não tem contrapartida.
Brasil, um país de poucos.”
Fonte: Internet (circulando por e-mail e sem autoria
definida).
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