sábado, 17 de março de 2018

RECONCILIAÇÃO COM DEUS

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Entramos no tempo da Quaresma, o grande retiro espiritual dos cristãos. Durante esse período sagrado, a Igreja nos exorta aos exercícios quaresmais: oração, jejum e esmola.
Tenho insistido muito na oração como caminho de união de vida com Deus. Na Quaresma a oração é aliada ao jejum, que é proposto como forma de sacrifício e de educar-se, privando-se de algo e revertendo em serviço à caridade. Não precisa ser necessariamente de alimento. Pode ser escolhido outro tipo de sacrifício, por exemplo, abster-se do cigarro, da internet, etc. E aliada há também a esmola como prática da caridade fraterna. E não se trata apenas de dinheiro, mas de praticar as obras de misericórdia espirituais e corporais, doando-se e relacionando-se com o próximo, nos preparando para celebrar dignamente os mistérios da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Portanto, a Quaresma é por excelência o tempo propício à conversão e reconciliação com Deus. Importante sempre, o Sacramento da Reconciliação tem um apelo muito forte neste tempo, convidando-nos a fazer a experiência da misericórdia divina através do perdão.
Com muita frequência recebo partilhas de pessoas afastadas deste Sacramento, geralmente por vários motivos, como: não verem sentido em confessar com um sacerdote, então se confessam diretamente com Deus; acharem que não têm pecado; por não saberem confessar; e até mesmo por não compreenderem a misericórdia de Deus, e não se sentem merecedores do perdão e, envergonhados, acabam se afastando Dele.
Muitas pessoas realmente não sabem confessar e usam a seguinte fórmula: “Não matei, não roubei, o resto fiz tudo”. Não é tão simples assim. Se o pecado é desobediência a Deus, nada melhor do que examinarmos nossa consciência, nos baseando nos mandamentos da Lei de Deus, e, aí veremos em quê ofendemos a Ele e prejudicamos nosso próximo.
Devemos também ter o propósito de não recair no pecado e de evitar circunstâncias que o favoreçam. Confessar-se buscando não omitir nada e cumprir a penitência imposta pelo confessor. O importante é saber que este sacramento da Reconciliação, também chamado Confissão ou Penitência, é a volta aos braços do Pai.
Por isso, se algum dia você se perdeu, volta para casa filho. Deus está com saudade de você e sempre que se perder pode voltar, Ele sempre vai te amar e te esperar.
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 17/2/2018. Opinião. p.18.

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