sexta-feira, 30 de março de 2018

ENTENDENDO O SILÊNCIO DE DEUS

Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Com o Domingo de Ramos iniciamos a Semana Santa. Somos convidados a participar dos últimos acontecimentos da vida de Jesus. A própria liturgia nos coloca nesta atitude, quando na procissão com os ramos deixamos de ser meros espectadores para sermos inseridos em todo o mistério da Semana Santa. Somos a razão, os destinatários, por quem Jesus Cristo morreu.
Começo meu artigo com essa reflexão para que participemos da Semana Santa, do Tríduo Pascal, empenhados nesse sentido, para não participar apenas de ritos da Igreja, e sim de uma Semana Santa com Cristo.
Aquele que reviveu o filho da viúva de Naim, que chamou Lázaro de volta a vida, que curou os doentes, que fez os cegos enxergarem, os surdos ouvirem, o Filho de Deus morreu desacreditado.
Jesus foi crucificado às nove horas da manhã e morreu às três da tarde. Apesar do esgotamento, a dor física não foi tanto quanto a psíquica e emocional. Ele passou por toda humilhação sentindo o profundo silêncio de Deus, sentindo-se abandonado como filho, grita: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27,46; Mc 15,34) 
Deus nunca abandonou Jesus; silenciou, mas não o desamparou. A dor, o sofrimento, a agonia de Jesus eram tantos, pois os pecados do mundo pesavam sobre Ele, que se sentiu sozinho.
Muitas vezes, em meio às tribulações e sofrimentos, por não entendermos o silêncio de Deus, nos sentimos desamparados e não compreendemos que jamais nossos sofrimentos serão maiores que os de Jesus, portanto, olhemos para Ele e como Ele, mesmo na ilusória ausência e no silêncio de Deus, coloquemos Nele toda nossa confiança e esperança.
A ressurreição de Jesus é a resposta de Deus. Jesus, mesmo não querendo a cruz, teve que aprender por Ele mesmo o que significa a palavra obediência e passar pelo esvaziamento e até pelo aniquilamento. E Deus respondeu, o que estava morto voltou à vida. Não existe outro caso. Ele é o único na história ressuscitado por obra do Pai. O que tinha acabado e parecia impossível aconteceu, a pedra rolou e Deus tirou Seu Filho da morte. É isso que celebramos na Pascoa, êxodo, mudança, saída, caminho, libertação, ressurreição! Jesus Ressuscitou! Ele está vivo no meio de nós. Caminhemos à luz do Ressuscitado.
(*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 17/3/2018. Opinião. p.18.

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