sexta-feira, 19 de outubro de 2018

AOS VIVOS: Napoleão e a irmã, Napoleoa ... e outros causos


Por jornalista Tarcísio Matos, de O Povo

Napoleão e a irmã, Napoleoa

Que o cearense é inigualavelmente exagerado...
- Muito grande demais da conta que só a mulésta dos cachorro, vezes dois mil ao cubo!!!
Um ‘féla’, mestre em botar apelido, moleque até o novelo, fí duma égua! Duvida que haja ao norte da América do Sul sujeito mais fresco, fuleiro, marmotoso, sem futuro, chegado a uma ‘mangofa’, cheio de nós pelas costas (de nove horas)?
- Quero é cegar na ora da morte se tiver um corno desse modelo!
Não há, pois, bicho de orelha que se lhe equipare a verve – bate nem o centro, chega nem perto, nem incha! Por outras, o espécime cabeça-chata é um fila da mãe invocado, consciente do miolo de pote verbalizado, das potocas disparadas, dos leriados que cria, das arrumações que improvisa.
- É não, tu num quer! Seu baitinga escovado!
Que o diga Geraldim Jonjon, vulgo Zé de Goré. Aí o freguês se pergunta: como alguém já conhecido pelo apelido (Geraldim Jonjon) é chamado Zé de Goré, se uma coisa não guarda semelhança com outra, ao menos aparentemente? É catrevagem típica de cearense, botar apelido no apelido botado. O sujeito tem vários codinomes, vai depender de onde esteja e do que faça.
No caso de Geraldim Jonjon (o tal Zé de Goré, depois que criou cabelo na mão), a esculhambação toma ares de maior realismo fantástico. Sabe qual o nome de batismo de Geraldim? John Fitzgerald Kennedy, homenagem do pai ao finado presidente norte-americano, ex-marido de cumade Jackeline.
Se o colega acha que transformar John Fitzgerald Kennedy em Geraldim é demais, vê só o porquê de ele ser apodado Zé de Goré: tem boca, o espinhaço e o jeitão de sapo: não dá um pio, coaxa que nem batráquio. Sem parar! Tá bem maguim! A mãe, metida a filósofa (Simone de Beauvoir depois da gripe), fala assim:
- Esse é pior do que retrato, nem come nem troca de roupa!
EM TEMPO: Geraldim tem 12 irmãos; os derradeiros são gêmeos – uma menina e um menino, de nomes, respectivamente, Napoleão e Napoleoa.
O prazo de Abel
É o tipo do sujeito que perdeno tempo as promessas que faz. Se se compromete em pagar uma conta amanhã, entenda-se o amanhã dele como o dia de são nunca “d’amanhã pra depois” – e paga 30 anos mais tarde. Se pede um tempo à namorada, bote lá vinte anos sem frequentar a bichinha. O Brasil tomar jeito? Vaticina: é questão de dias. Ou melhor:
- 690.000 dias!!!
Se o tempo é a matéria-prima de Abel, vejam só o que ele pensa sobre a velocidade do mundo nos dias atuais:
- O tempo tá correndo tão ligeiro que eu, particularmente, tô cagando em parcelas!
Pra finalizar essas coisas de Abel e seus prazos, até o cachorro dele entrou na onda. Chamava-se Tupi. Chamava-se! Agora tem nome da “doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes”. O póbe do animal, outrora implacável pegador de preá, esqueceu-se do que vai fazer no mato e leva carão do dono – se pede pra trazer uma tijubina, chega com uma manga na boca.
- Pisca pega, Alzheimer!
Fonte: O POVO, de 20/05/2017. Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.8.

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