A santinha
de Vulpiano
Soure,
idos de 1950. Conta-me o amigo Magno Gomes que moradores de uma certa
localidade na Caucaia dos dias atuais, como costumeiro, viviam momentos de
surpreendente animação com a Festa da Padroeira. Do lado dos defensores do
Partido Encarnado (em disputa com o tradicional Azul), a quase certeza de
vencer a competição: trazer para a igreja local o maior volume de prendas arrecadadas
junto à população, integradíssima.
Por um
motivo simples: membro dos vermelhos conhecia Vulpiano, pessoa de boa alma, mas
tosco no trato com os semelhantes. Morador de sítio nas proximidades, possuía o
"Vulto de Nossa Senhora do Rosário". Por vulto entenda-se a imagem da
Santa exposta na sala com muito cuidado e devoção. Foram lá pedir a imagem, o
crente em Maria acedeu. Empréstimo de bom grado. Com uma condição: tão logo
terminassem os festejos, a devolução "taliqual a santinha saiu de minhas posses".
Colocado
em andor demais simpático, em peregrinação algures e alhures, o Vulto fez o
maior sucesso. De casa em casa, os fiéis enternecidos colaboravam com o Partido
Encarado, dando o que havia de melhor em casa - verdadeiros óbolos da viúva:
carneiro e porco, galinha, pato e capote, corte de pano e bolo mole, farinha
d'água e frutas, rapadura de coco e relógios, dinheiro e cheque. O padre
agradecia penhorado.
Terminada
a festa, hora de devolver a santinha como ajustado. Para recompensar a
gentileza de Vulpiano (esmagadora vitória do Partido Encarnado), o dito
conhecido propõe dar-lhe um trocado para a compra de fitas, adornos e demais
enfeites, com um único objetivo: melhorar ainda mais a imagem da Senhora das
Dores tão milagreira. Pessoal bate à porta do brabo senhor:
- Seu
Vulpiano, obrigado. Taqui o Vulto de Nossa Senhora de volta. E esse dinheirinho
pro senhor...
- Como é que é?!? Pensam que minha
santinha é o quê? Passa a noite na festa e chega em casa com dinheiro no bolso!
Vão pensar o que dela? Vão simbora e leve isso de volta!!!
Essa é do Giovane de Oliveira
Um
matuto das bandas do Alencar, candidato a vereador, convidou vários amigos para
uma festa em sua casa, dizendo ele que havia muita comida: Peru, capote,
carneiro, porco, enfim, um coquetel gastronômico. A galera fissurada numa
"boquinha" no dia marcado se mandou para o sítio. Lá chegando, pura
decepção. Uma semana depois, o matuto veio a Iguatu se desculpar com a
malandragem:
-
Pessoal, a festa foi adiada, por causa de uma tia minha que faleceu...
Um dos
malandros pergunta:
- E a tia do senhor levou os
temperos?
Essas, do Jair Poeta dos Cachorros
Jornalista
1 - Um vizinho meu, novato no bairro, chega
calado e, após um mês de total isolamento, estranhamente mandou erguer muros
bem altos (de seis metros).
Pergunto:
será
chifre? (Resposta: Não sei, Jair não entendo de muro!)
Jornalista
2 - Raimundo Caboquim é o cara mais
solidário que conheço no Planeta. Pense num rapaz que gosta de se solidarizar
com todos. A última dele: soube do avião que caiu no Irã e morreram 11
mulheres, e aí me pediu pra saber quem eram, ia enviar cartas às famílias,
dando os pêsames.
Pergunto:
é
doido? (Resposta: não. É por medo de avião...)
Fonte: O POVO, de 19/10/2018.
Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.2.
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