Por Lauro Chaves Neto (*)
A pandemia da Covid-19 tem gerado uma demanda
gigantesca por atendimento, aparelhagem médica e também por medidas para
reduzir a propagação do contágio. O isolamento social e a suspensão de
atividades econômicas, ao reduzirem o consumo e a oferta de bens e serviços,
afetam profundamente a economia.
A suspensão das atividades econômicas atinge
milhares de pessoas que estão perdendo suas fontes de renda e entrando em
situação de vulnerabilidade social. Assim, é imprescindível que o governo
auxilie financeiramente as pessoas que perderam suas rendas, caso do auxílio
emergencial. Ao mesmo tempo, essas medidas também precisam garantir que
empresas e empreendedores não sejam colapsados, permitindo a continuidade dos
seus negócios após a pandemia.
Os movimentos realizados durante e após a Segunda
Guerra Mundial são conhecidos como economia de guerra e são caracterizados pela
centralização do planejamento econômico no governo. A ação enérgica pública é
fundamental, pois o mercado leva um tempo para responder às demandas causadas
por um cenário de guerra. Essa demora pode causar perdas materiais e econômicas
alarmantes e, até mesmo, perdas de vidas.
Diante deste cenário de elevada demanda por
investimentos em saúde e por ajustes econômicos, governos têm encarado a
conjuntura como um momento de guerra. Já nas empresas, a economia de guerra se
refere à adequação que permita a reconstrução no cenário pós-crise,
paralelamente cada família também necessita fazer profundos ajustes nos seus
hábitos de vida e padrões de consumo.
Alguns países estão tentando aumentar a produção de
equipamentos médico-hospitalares, esse processo, ligado a tempos de exceção, é
chamado de reconversão industrial ou reconversão produtiva.
As atuais ações demonstram uma das principais
diferenças entre uma pandemia e uma guerra. Se, em uma guerra, os governos
buscam usar todos os recursos para ajudar na produção de comida, roupas, armas
e munições; em uma pandemia, esse esforço é feito para, simultaneamente,
fortalecer os sistemas de saúde e criar uma rede de proteção social e
empresarial.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 11/5/20. Opinião. p.28.
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