quarta-feira, 1 de julho de 2020

MÊS DO MEIO AMBIENTE


Por Artur Bruno (*)
O mês de junho é pródigo em datas ambientais. Dentre elas, os Dias Mundiais do Meio Ambiente, dos Oceanos e de Combate à Desertificação. Em todo mundo, governos avançam na preservação. Mas o Brasil segue o rumo inverso. Ao assumir, Bolsonaro inclusive cogitou extinguir o Ministério do Meio Ambiente. No Ceará, e em outros estados, um movimento suprapartidário defendeu a pasta. A manutenção, porém, não foi um alento para nossa natureza.
O ministro Ricardo Salles tem outros interesses. O desmatamento na Amazônia passou de 10 mil km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É um aumento de 34,4% em relação ao período anterior. É 2º maior aumento percentual já registrado no bioma, ficando atrás somente de 1995.
A pandemia também expôs a desigualdade no País. Bolsonaro desmontou a estrutura de políticas assistenciais existentes, atingindo em cheio povos e comunidades da floresta. O presidente endossa o discurso que o Brasil possui áreas de conservação e terras indígenas "em excesso". Que o diga o desmantelamento dos órgãos ambientais, como o Ibama e o ICMBio.
Fico feliz em informar que o Ceará caminha na contramão deste descaso. Nosso desmatamento da mata atlântica é o menor do Brasil, segundo a ONG SOS Mata Atlântica e o Inpe. Os parques estaduais do Cocó e Botânico, além da Reserva da Vida Silvestre Periquito da Cara Suja viraram postos avançados da mata atlântica brasileira.
Estamos ampliando nossas Unidades de Conservação (UCs). Além da regulamentação do Cocó e a ampliação da Área de Proteção Ambiental do Ceará-Maranguapinho, foram criadas as Áreas de Relevante Interesse Ecológico do Cambeba e da Fazenda Raposa, além da Revis Periquito da Cara Suja. Mais cinco UCs serão criadas até o final do governo Camilo Santana.
Estas ações, somadas a um intenso programa de florestamento e reflorestamento de áreas degradadas e investimento em geração de energia por métodos renováveis - eólica e solar - mostram um Ceará que trilha um caminho de boa convivência com nossos biomas. 
(*) Secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMA) do Estado do Ceará. Sócio do Instituto do Ceará.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 23/6/20. p.16.

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