Abro a
coluna com a mineirice de Zé Abelha
Mata o bicho, sô
O
monsenhor Aristides Rocha, mineirinho astuto, fazia política no velho PSD e
odiava udenistas. Ainda jovem, monsenhor foi celebrar missa em uma paróquia
onde o sacristão apreciava uma boa aguardente. Um dia, o sacristão, seguindo o
ritual, sobe o degrau do altar com a pequena bandeja e as garrafinhas de vinho
e água, e não vê uma pequena barata circulando entre as peças do altar.
Monsenhor interrompe o seu latim e, de olho na bandeja, diz baixinho ao
sacristão:
-
Mata o bicho...
O
sacristão não entende a ordem. Atônito, fica olhando para o jovem padre, que
repete a ordem, agora com mais energia:
-
Mata o bicho, sô!
Ordem
dada, ordem executada. O sacristão não se faz de rogado. Diante dos fiéis que
lotam a capela, ele pega a garrafinha e, num gole só, sorve todo o vinho da
santa missa. No interior de Minas, "matar o bicho" é dar uma boa bebericada. (Do livro de Zé
Abelha, A
Mineirice).
Fonte: Gaudêncio
Torquato (GT Marketing Comunicação).
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