Por Pe.
Reginaldo
Manzotti (*)
O mês de março é especialmente
significativo para os católicos, pois marca o início de importante período
litúrgico e a celebração de um dos mais queridos santos, São José.
Com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos
nossa caminhada de preparação espiritual para a Páscoa. Neste dia, somos
convidados a refletir sobre a fragilidade da vida e a necessidade de nos
voltarmos para Deus com humildade e arrependimento. As cinzas impostas em
nossas frontes nos lembram que "somos pó e ao pó voltaremos", mas
também nos impulsionam a buscar uma transformação interior.
A Quaresma é um tempo litúrgico, que nos
convida a seguir o exemplo de Jesus durante seus 40 dias no deserto. Ao longo
da Quaresma, somos chamados a intensificar nossas práticas de oração, jejum e
caridade. Esse é um período propício para nos dedicarmos a uma profunda
renovação espiritual, à reflexão sobre nossa relação com Deus e com o próximo,
à renúncia de hábitos prejudiciais e ao fortalecimento de nossa fé.
A prática do jejum e da abstinência é
recomendada, não só como um ato de penitência, mas também como um gesto de
solidariedade com os menos favorecidos. Lembremos que Isaías critica duramente
aqueles que jejuam apenas para mostrar sua religiosidade, mas continuam a
oprimir os outros e a agir de maneira injusta. Segundo Isaías, o verdadeiro
jejum não se limita à abstinência de alimentos; ele implica em combater a
injustiça, libertar os oprimidos, compartilhar o pão com os famintos, oferecer
abrigo aos desabrigados e vestir os que estão nus.
O profeta destaca que o jejum verdadeiro
é uma prática de justiça e compaixão, que busca transformar a sociedade e
aliviar o sofrimento dos necessitados. É um chamado para que a fé se traduza em
ações concretas de amor e solidariedade (cf. Is 58, 6-7).
A caridade, a oração e a meditação sobre
a Paixão de Cristo nos ajudam a nos preparar para a celebração da Páscoa, o
ponto culminante de nossa fé cristã. Nesse período, somos chamados a
intensificar nosso compromisso com a conversão pessoal e a busca por uma vida
mais conforme o Evangelho.
Em março, também celebramos a festa de
São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus, no dia 19. São José é um
modelo de virtude e uma figura inspiradora e emblemática dentro da tradição
cristã. Conhecido como o esposo de Maria e o pai adotivo de Jesus, sua vida é
um exemplo de humildade, fé e devoção.
São José era um carpinteiro simples, mas
a grandeza de seu coração e espírito fez dele o guardião de Jesus Cristo e
Maria. Ele foi escolhido para proteger e cuidar da Sagrada Família e, apesar
dos desafios e incertezas, sempre demonstrou uma fé inabalável em Deus. Muitas
vezes descrito como um homem justo, sempre buscando fazer o que era correto aos
olhos de Deus. Mesmo diante de situações difíceis, como a fuga para o Egito,
José sempre confiou nos planos divinos e obedeceu às orientações recebidas em
sonhos.
Além disso, São José nos ensina o valor
do trabalho digno e do cuidado com a família. Ele foi um homem de ação
silenciosa, sempre presente, cumprindo sua missão de forma discreta, mas plena.
São José é o patrono da Igreja
Universal, e é especialmente invocado pelos trabalhadores e pelas famílias. Em
tempos de dificuldades, podemos recorrer a ele como intercessor, pedindo sua
ajuda para fortalecer nossa fé, nossa vocação e nossos relacionamentos.
Que este mês de março seja um tempo de
graça, onde possamos nos reconciliar com Deus, renovar nossa fé e nos preparar
para celebrar a Páscoa com um coração puro e transformado, nos inspirando no
exemplo de São José.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 22/03/2025.
Opinião. p.16.
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