Por José Jackson
Coelho Sampaio (*)
As
comunidades universitárias geram problemas para as cidades onde estão inseridas
e ecoam reivindicações de toda a sociedade, mas são capazes de gerar soluções
para si próprias e para a sociedade. Deste modo, a Uece tem se colocado: como
lugar da cidade em busca de cuidado e, por meio de seus grupos de pesquisa, em
fonte de soluções.
No
momento, precisamos tratar das vulnerabilidades frente à questão da segurança
urbana e nosso campus-sede serve de paradigma: são 104 hectares, onde 10 mil
pessoas circulam em média diária, com seus quase 3 km de comprimento,
situando-se na transição Serrinha/Itaperi/Maraponga.
A ocorrência de violências, como roubos de bens pessoais, furtos de bens
públicos e arrombamentos como os ocorridos ao final de janeiro último, criam
uma realidade de insegurança sobre a qual se constrói sensação de insegurança
ainda maior.
O
gestor público precisa encontrar saídas deste labirinto e a Reitoria da Uece
levou ao Governo Estadual e à coordenação do Ceará Pacífico o dossiê das
ocorrências do biênio 2014/15, pedindo que os campi sejam considerados uma
prioridade da Política de Segurança Pública, e que um grupo tarefa fosse
montado para elaborar plano especial de segurança universitária. A resposta
está sendo elaborada.
Com
o plano em mão, abriremos discussão interna, para a produção do consenso
possível sobre tema tão grave e delicado. Há três variáveis a considerar: os
campi cresceram muito mais que a infraestrutura de proteção (na Uece, as
equipes do batalhão patrimonial e da empresa privada diminuíram); os campi
estão envoltos pela malha urbana, com toda a sua conflitualidade; e a vida
acadêmica inclui outra camada de complexidade - a exigência de que seja
democrático o comportamento dos agentes de segurança.
Assim,
impõe-se que se encontre equilíbrio entre a proteção dos bens e das pessoas,
sem que haja violação da intimidade e constrangimentos a servidores,
estudantes, fornecedores, visitantes e a população do entorno que se beneficia
dos projetos de extensão.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O
Povo, Opinião, de 23/2/16. p.6.
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