terça-feira, 8 de março de 2016

O MÉDICO E A MÍDIA


Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
A Mídia tem muito a contribuir com a ciência da saúde, mas tal contribuição só pode se efetivar quando médicos e profissionais da saúde aprenderem a dialogar, sem preconceitos com os jornalistas.
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A imprensa, seja ela falada, escrita ou eletrônica, é os olhos e os ouvidos da comunidade. Compreensível o desejo dos seus profissionais de informar ao público, cada vez melhor, sobre os avanços médicos. É natural que diante de tempos de tantos adiantamentos, os jornalistas passem a assediar os médicos em busca de novidades na área da saúde.
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O profissional de saúde vê-se assediado intensamente pelos profissionais das notícias. É quando se dá conta de estar completamente despreparo para lidar com essas pessoas, de ofício bastante nobre – o de “informar” as novidades ao povo. Mas, pior se sente ao se deparar com profissionais da mídia (escrita ou falada) despreparados para a função de informar sobre o difícil e complexo problema da saúde.
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Esclareço que qualquer médico tem obrigação de fornecer informações aos meios de comunicação de massa, desde que as informações não entrem em conflito com os preceitos dos Códigos de Ética dos Conselhos Regionais aos quais, como qualquer profissional liberal, encontra-se submetido. Respeitados tais preceitos, têm os profissionais da área da saúde a obrigação de adotar posturas positivas, associativas e cooperativas com os jornalistas.
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Nos programas especializados em Medicina o médico tem a oportunidade de ofertar explicações mais detalhadas de como melhorar o estado sanitário da comunidade, resguardando-se das curas milagrosas e combatendo falsos procedimentos e charlatanismos.
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Quando o profissional de saúde se expressa através dos modernos meios de comunicação, tem maior contato com a população, o que pode servir como potente ferramenta à promoção do bem-estar social.
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Os médicos não foram treinados para falar às plateias leigas, desconhecemos como tirar os melhores proveitos dessas oportunidades que a moderna mídia nos proporciona e, portanto, devemos ser ajudados pelos profissionais da imprensa.
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Lembrete aos Médicos:
O médico tem a necessidade e o dever de saber manejar com três situações em uma entrevista: 1. Relacionar-se corretamente com o profissional da imprensa; 2. Não se atemorizar; 3.Não ficar se promovendo.
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É preciso que o médico observe, na atualidade, principalmente: A falência da medicina estatal; O sensacionalismo desenfreado; A mercantilização dos procedimentos médicos.
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A prevalência da tecnocracia pseudocientífica em detrimento do paciente: A imprensa marrom; Os jornalistas despreparados; Os planos de saúde, e outros empresariados médicos.
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O Código de Ética vem a favor dos médicos, ao proibir as propagandas de cura milagrosa e a divulgação de terapêuticas ainda não aceitas pela Medicina Oficial.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).

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