quinta-feira, 24 de março de 2016

HOMENAGEM A UMA GRANDE INSTITUIÇÃO


Por Cássio Borges (*)
Somos e sempre fomos intransigentes defensores do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), de sua manutenção, preservadas a força dos seus elevados padrões de integridade e capacitação técnica que nortearam aquele Departamento de inumeráveis serviços prestados ao Ceará, ao Nordeste e ao seu povo.
Não obstante, o extraordinário acervo de obras realizado por aquela Instituição Federal em toda a Região Nordestina, especialmente no Estado do Ceará, é exatamente aqui onde se concentram os seus mais ferrenhos opositores. A olhos vistos, pode-se identificar alguns, infelizmente ocupando elevados cargos no Governo Estadual, justamente na área de recursos hídricos. Não precisamos citar seus nomes.
O importante é advertirmos a sociedade cearense e nordestina que um hediondo crime será perpetuado à nossa Região, caso aquele vetusto Departamento venha a ser extinto, como desejam os seus algozes, que não mostram as suas caras e não têm a coragem de vir a público dizer os reais motivos dos seus recônditos e intrigantes propósitos.
Defendemos isto, sim, que o Poder Central, responsavelmente, encampe as questões dos Recursos Hídricos do Nordeste, “como uma proclamação solenemente imposta à União”, conforme preceitua o nosso Código de Águas para “as áreas periodicamente assoladas pelas secas”. Que os Estados cumpram a sua parte nesta grandiosa tarefa, pois, como disse Heaviside, “a Ciência não é privilégio de uma só Instituição”.
Enfraquecer o Dnocs, pulverizando os seus recursos entre os nove Estados nordestinos, é defender a má vontade sulista em relação às Instituições Federais aqui sediadas. Ademais, pensamos que a gestão da água inteiramente entregue aos Estados, com certeza vai servir de “instrumento de pressão, de politicagem e perseguições hediondas junto aos usuários, o que não é comum acontecer na área federal”, conforme advertiu, há tempos, um ex-governador nordestino.
Vamos todos salvar o Dnocs, que é um patrimônio de todo o povo nordestino: um Dnocs sem vícios, transparente e limpo, livre das injunções político-partidárias.
(*) Engenheiro civil, ex-diretor regional do Dnocs e de sua Diretoria de Planejamento, Estudos e Projetos.
Fonte: Publicado In: O Povo. Fortaleza, 22/03/2016. Opinião. p.8.

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