quinta-feira, 13 de julho de 2017

CENTRO CULTURAL MÉDICO DO CEARÁ


Em novembro de 2016, após três anos e meio de edificação, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) fez a inauguração de seu novo prédio; aliás, uma bonita e pujante obra, de arquitetura moderna, e uma inconteste maravilha urbana de Fortaleza, para a qual transladou seus serviços.
Encerrada a transferência, a sede anterior ficou desativada, cabendo ao Cremec arcar com as despesas de manutenção e de vigilância desse bem. Entretanto, para evitar tais estipêndios, os conselheiros apontaram, como solução, a venda do imóvel em tela, rechaçando a proposição original do professor Dalgimar Beserra de Menezes, que postulava o aproveitamento da estrutura física como um centro cultural médico.
Considerando a carência de equipamentos culturais no Ceará, a proposta em questão é muito oportuna e bem-vinda, aportando benefícios diretos à classe médica e com generosas externalidades à comunidade local, pelo que pode representar à cultura cearense.
Esse equipamento poderia ensejar o acolhimento das variadas formas de manifestação cultural da Medicina no Ceará, podendo inserir, dentre outros empregos: museu médico; biblioteca especializada; espaço para exposição temporária de artes, concertos musicais e lançamentos literários; salas para cursos e conferências.
Tendo em conta que o prédio antigo foi adquirido, à época, pelo Cremec, com numerários advindos, sobretudo, das anuidades pagas pelos médicos aqui registrados, nada mais justo do que conservar esse patrimônio material, pondo-o à disposição da laboriosa categoria médica atuante no Ceará, em estreita colaboração com outras entidades médicas sediadas na Terra da Luz.
A edificação, ora desocupada, poderia ter a sua utilização compartilhada, mediante comodato, com outras instituições, como a Academia Cearense de Medicina, a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – Regional Ceará e a Academia Cearense de Médicos Escritores, que nela ficariam albergadas permanentemente, além da alocação de espaços para eventos culturais das demais entidades médicas cearenses.
Isso, com segurança, ofertaria uma otimização de recursos de manutenção do imóvel e ainda renderia dividendos intangíveis à Medicina e à Cultura cearenses.
Face ao que foi dito, é de bom alvitre que o Cremec proceda a revisão da indicação de venda da sua sede anterior e a avaliação da proposta da transformação do edifício em um centro cultural médico.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico; membro do Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico
Fonte: O Povo, de 13/07/2017. Opinião, p.11.

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