Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Com certeza esta manhã é a primeira do meu fim. Todavia,
espero que não seja a última da minha vida. Com as bênçãos do Senhor, desejo
viver mais para tentar amar, fazer o bem; ter fé e esperança; como também pedir
e agradecer. Assim, deve-se buscar viver num ambiente onde prevaleçam a amizade
e a solidariedade e não o interesse e a falsidade. Ademais, ser feliz não é
simplesmente ter uma existência boa, mas a convicção de que apesar dos desafios
e das dificuldades é importante viver. Dentro desta linha de raciocínio,
apresenta-se um poema/prosa, fugindo dos aspectos formais, sem rima e sem
métrica, consubstanciando indagações para refletir e, se possível, alcançar uma
vida melhor. Talvez! Eis o texto, formado por 10 estrofes, sendo um terceto,
oito dísticos e uma quadra: 1) A vida é um belo dom. Não se sabe a hora da
partida. Passa rápido como o som. 2) Por que ambicionar o poder? Mais vale
cumprir o dever. 3) Por que, cada vez mais, buscar o dinheiro? Importante é ser
um cidadão inteiro. 4) Por que tanta vaidade? Nunca traz felicidade. 5) Por que
a inveja? Atitude que nada almeja. 6) Por que a ausência da solidariedade?
Comportamento que leva à deslealdade. 7) Por que a humildade? Sentimento que
demonstra bondade. 8) Por que a harmonia? Para se alcançar a sabedoria. 9) Por
que combinar fé e razão? Visando obter a verdadeira união. 10) A vida é para
amar e servir. Apesar da indesejada rapidez. Vale a pena viver com lucidez.
Pensando sempre no porvir. Convém lembrar, respectivamente, Manuel Bandeira e
Fernando Pessoa: “Vivo
nas estrelas porque é lá que brilha a minha alma” e “Tudo vale a pena quando
a alma não é pequena”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 7/4/2017.
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