“Eu não gosto de voar para a Coreia do Sul. Eu não gosto de saber, que apesar de caber duas vezes dentro do Estado de São Paulo, a Coreia do Sul tem um crescimento sustentado maior que o do Brasil. Eu não gosto de ver da janela do meu quarto do hotel, onde até o vaso sanitário é Hi-Tec, quatro A380 de três companhias diferentes, sendo duas coreanas, pousarem em sequência, em menos de cinco minutos, num aeroporto duas vezes o tamanho do de Guarulhos e cinco vezes maior em movimento diário de passageiros e aviões.
Eu não gosto de voar para a
Coreia do Sul.
Eu não gosto da polidez do seu
povo, que faz um singelo motorista de ônibus descer, chamar um táxi e orientar
seu motorista a me levar no endereço que eu desejava ir. Ou de um outro, o qual
tendo percebido que eu esperava seu ônibus no sentido errado, atravessou a rua
e me chamou para embarcar. Ambos sem falar uma palavra de inglês.
Eu não gosto de voar para a
Coreia do Sul.
Eu não gosto da educação da sua
juventude, que chama os mais velhos de "sir", mesmo sendo um
desconhecido, e usam palavras como "bom dia", "obrigado"...
Eu não gosto do nível de qualidade do seu ensino básico, que capacita todo e
qualquer jovem coreano, independente da classe social, a se qualificar para
qualquer um dos centros de excelência do conhecimento na Europa e EUA, sem
cotas ou privilégios, mas sim por mérito.
Eu não gosto de saber que suas
escolas não estão partidarizadas e que ideologias são discutidas, e não
doutrinadas.
Eu não gosto de voar para a
Coreia do Sul.
Eu não gosto de ver a urbanidade
de suas cidades, da limpeza e organização de suas ruas e da eficiência de seus
serviços públicos. Eu não gosto de sentir a democrática liberdade individual e
a proteção aos seus cidadãos. Eu não gosto de ver a sua cultura ser preservada
sem permitir que seu povo seja contaminado e pela degeneração ocidental.
Eu não gosto de voar para a
Coreia do Sul.
Eu não gosto de saber que você
chegou a tal nível de desenvolvimento, tendo se reerguido em menos de cinquenta
anos, das cinzas de guerra que não era sua, que arrasou sua economia e dividiu
um povo.
Eu não gosto de você, Coreia do
Sul. Você joga na minha cara, impiedosamente, a minha realidade. J.L."
Fonte: Escrito atribuído a um piloto de aviação comercial brasileiro que foi
voar para outro lado do mundo.
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