quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

COVID-19, A VARIANTE ÔMICRON NO BRASIL

Por Antônio Vasques (*)

A revista inglesa "The Economist" divulgou um ranking de vulnerabilidade dos países em relação à nova variante Ômicron baseado no perfil imunológico da população para o dia 29 de novembro último. O Brasil ficou em terceiro lugar entre os países com melhor perfil imunológico, com proteção da população em torno de 50%, logo após Chile e Uruguai, seguido por Israel. Estados Unidos, Itália, França e Alemanha estão com proteção entre 25 e 50%.

Essa proteção está diretamente correlacionada com a vacinação completa ou com a porcentagem da população já infectada, supondo-se independentes os eventos vacinação e infecção. No caso brasileiro, com a vacinação impedindo a ampla circulação da variante Delta, há predominância da variante P1 (Manaus) que tem taxa de reprodução R =4,4 ou seja 1 pessoa infectada transmite a doença para mais de 4 outras. Se o valor da taxa de reprodução R da variante Ômicron for equivalente à da variante delta (R=7) a taxa de imunidade de rebanho brasileira (TIR) seria atingida com a imunização completa de 86% da população, lembrando que TIR=1 - 1/R.

Sabe-se que há somente duas formas para melhorar o perfil imunológico de uma população: pela vacinação ou com infecção . Neste último caso com internamentos hospitalares e óbitos. No primeiro caso, vacinação, o Brasil está avançando, principalmente a partir do final de maio. A continuar a prevalência da variante P1 a taxa de imunidade de rebanho será atingida quando 77% da população brasileira tiver recebido a vacinação completa.

Agora é torcer para que a taxa de reprodução R da variante Ômicron não seja muito superior à da variante delta e que não haja alta transmissão comunitária. Há estimativas que apontam para que o R da Ômicron seja 4,2 vezes superior ao da cepa original (R=3), o que seria uma tragédia, com aumento exponencial de casos e óbitos, apesar da aparente menor letalidade da nova variante mas que atingiria maior número de pessoas pela sua provável altíssima velocidade de circulação.

(*) Professor associado da Uece. Pós-Doutor em Educação.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/12/21. Opinião, p.20.

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